A escassez dos profissionais de segurança cibernética

*Por Leonardo Lemes

Um levantamento do Fórum Econômico Mundial com profissionais da área de gerenciamento de riscos deste ano indica que metade dos entrevistados se preocupa com uma epidemia de ciberataques e fraudes. Essas ameaças cresceram com a mudança de modelo de trabalho de muitas empresas para o home office depois da implementação de políticas de isolamento em todo o mundo.

A solução parece simples: investir em segurança cibernética e contratar mais profissionais da área para reforçar o monitoramento e as respostas a possíveis incidentes. O problema é que faltam pessoas capacitadas para trabalhar na área em todo o mundo. De acordo com o (ISC)², há uma escassez global de mais de 3 milhões de profissionais nas áreas de seguranças cibernética e da informação – mais de 330 mil só no Brasil. Trata-se de um fenômeno mundial, cujo enfrentamento passa, entre outros, por políticas públicas que apoiem a formação e o desenvolvimento de talentos desde cedo, não adianta pensar apenas em capacitação e treinamento para adultos e profissionais que já estão no mercado, essas ações são importantes, mas infelizmente isoladas não resolvem.

O tema é longo e complexo, mas é importante que os grandes empregadores da área entendam que dificilmente encontrarão profissionais prontos para todas as frentes e é preciso uma estratégia mais ampla que os programas atuais e com base na atuação conjunta entre governo, empresas e universidades. A Estratégia Nacional de Segurança Cibernética de diversas nações contempla iniciativas de conscientização da população, capacitação e educação no tema nos diferentes níveis escolares e estende-se até os programas de graduação e pós-graduação. A natureza dinâmica do crime cibernético e a adoção de novas tecnologias por parte das empresas representam um desafio de aprendizado e atualização para os profissionais que se propõem a combater o crime cibernético. 

Durante meus 15 anos de atuação como docente dedicados exclusivamente para o tema, vi um número reduzido de empresas dispostas a patrocinar talentos e investir de alguma maneira na formação desses profissionais, o que envolve competências não apenas técnicas. Enfim, esse me parece o caminho: o compromisso entre Empresas-Universidades-Governos.

*Leonardo Lemes é sócio-diretor da Service IT Security.

Revista Cobertura desde 1991 levando informação aos profissionais do mercado de seguros.

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