Momento de adaptações para aproveitar a alta de oportunidades

Pandemia reforçou a importância do seguro, que cresceu mesmo na crise, e o setor se adequa para as demandas no novo período

O ano de 2021 foi extremamente desafiador para o setor de seguros, porém mais uma demonstração da pujança e resiliência da indústria diante de crises como a gerada pela pandemia de covid-19. Com a mudança abrupta das necessidades e hábitos dos consumidores, os players de seguros precisaram se reinventar para atender a um novo público ávido por serviços cada vez mais ágeis e customizados.

Desde 2020 toda a cadeia produtiva do setor tem sido exemplar no quesito comprometimento e entrega de serviços ao consumidor. “O ano passado exigiu que todo o mercado segurador fizesse uma série de adaptações para continuar a atender o segurado com qualidade. Implementamos novas tecnologias, digitalizamos processos e construímos novas dinâmicas de relacionamento com nossos parceiros. Começamos 2021 com a única certeza de que teríamos que lidar com o imponderável, já que não havia uma expectativa sobre quando a situação da pandemia se resolveria por completo. Mas, com muito planejamento, um trabalho de estruturação muito sério e com um objetivo de negócios muito claro, estamos alcançando nossas metas para 2021”, conta Fernando Grossi, diretor-executivo Comercial e de Marketing da Sompo Seguros.

O setor segurador, em específico, desde o início da pandemia, tem respondido com resiliência e ainda continua apresentando bons resultados. “Esse advento mostrou o real significado para a população de se poder contar com um seguro – proteção em momentos incertos. E foi nesse período delicado que nos mobilizamos para responder os desafios impostos com o objetivo de cuidar dos nossos segurados. Identificamos oportunidades para o redirecionamento do foco das ofertas, para a cobertura de novos riscos, flexibilização de prazos, contratação ágil e uma corretagem mais dinâmica, intuitiva e empática”, analisa Leonardo de Freitas, diretor da Organização de Vendas da Bradesco Seguros.

“Com infraestrutura de tecnologia e cooperação de todas as equipes, vencemos o enorme desafio de manter a qualidade no atendimento e a excelência da operação, mesmo diante da necessidade de isolamento social”, declara Alexsandro Priuli, superintendente Varejo SP Capital da Tokio Marine Seguradora. Para ele, a retomada gradual das atividades presenciais indica que os consumidores seguirão cada vez mais exigentes e bastante atualizados quanto ao uso da tecnologia e, como consequência, em busca de comodidade e facilidade no atendimento.

Marcelo Mascaretti, diretor Comercial de Vida, Previdência e Investimentos da SulAmérica, reforça que o ano de 2021 seguiu trazendo importantes desafios, decorrentes da pandemia. “O início do ano apresentou um número elevado de casos de covid-19, com uma segunda onda ainda mais forte do que a primeira. Por conta disso, tivemos impacto nos resultados dos segmentos de saúde e vida, por conta da elevação dos níveis de sinistro, combinado à retomada de procedimentos represados eletivos e não urgentes”, diz. Com o avançar do processo de vacinação a partir de meados do ano, a situação da pandemia começou a dar sinais importantes de melhora, o que deve contribuir para a normalização dos resultados do setor nos próximos ciclos.

A pandemia impactou sobremaneira a operação dos planos de saúde, principalmente daqueles que possuem rede própria, como a Amil. “2021 foi um ano em que a busca por pronto-socorro e as internações eletivas para tratamento de outras doenças diferentes da covid-19 voltou à normalidade, já retomando os patamares pré-pandemia. Os reajustes das mensalidades de planos de saúde, adiadas em 2020, também foram retomados. A vacinação chegou para ajudar a frear e reduzir o avanço da pandemia. Portanto, considero como um ano de reestruturação para o mercado, aliás, o número de clientes também voltou a crescer”, relata Carolina Lorenzatto, diretora Comercial e de Produtos da Amil.   

Perspectivas para 2022

A pandemia e o cenário econômico impõem desafios para 2022 que são diferentes dos observados em 2020 e 2021. Se por um lado o avanço da imunização vai trazer a possibilidade mais efetiva da retomada da normalidade, houve uma mudança nos hábitos da população que vão ter impacto em toda a sociedade e no mercado de seguros – o home office é um grande exemplo.

“As seguradoras terão de investir substancialmente para identificar e subscrever adequadamente os riscos para que possam entregar produtos que atendam efetivamente ao consumidor dentro dessa nova realidade”, analisa Fernando Grossi. A Sompo Seguros, por exemplo, está investindo em soluções de tecnologias em termos de inteligência analítica em tempo real (Inovação & Analytics) e integração de dados, o que deve trazer mais assertividade no processo de precificação e mais competitividade aos produtos. “Mas, só é possível ter assertividade se somar o trabalho de ouvir os parceiros de negócios. São os parceiros corretores, assessorias e plataformas de seguros que estão ‘na ponta’ verificando as reais necessidades dos segurados. Temos a ambição de ser a seguradora mais simples e próxima do cliente e do corretor de seguros com crescimento sustentável”, garante.

Com a mudança no comportamento dos brasileiros, sobretudo quando se fala de proteção, o cenário se mostra construtivo. “Um dos grandes desafios enfrentados no mercado segurador sempre foi essa questão da consciência da população em torno da proteção. Nesse sentido, o momento se tornou propício para oferta de seguros que ainda eram pouco explorados no setor. A concepção de seguros vai muito além da proteção de bens e patrimônios, pois a segurança deve permear todos os aspectos de nossa vida e a crise só reforçou essa necessidade”, avalia Leonardo de Freitas.

A recuperação do setor, impactado pela pandemia tanto em prêmios quanto em custos, deve continuar conforme o avanço da vacinação e reabertura completa da economia, de acordo com Marcelo Mascaretti, absorvendo uma nova perspectiva de consciência do consumidor sobre a importância de ter um plano de saúde, um seguro de vida e uma reserva financeira bem administrada. “O consumidor passou a estar mais conectado e a exigir cada vez mais processos digitais e produtos desenhados de acordo com a necessidade particular de cada grupo, com melhor custo-benefício. Nessa linha, produtos cada vez mais acessíveis em seguro saúde tendem a crescer, assim como produtos que ofereçam uma proteção financeira futura podem atrair novos clientes. Ainda, poderemos ver o crescimento de algumas verticais como reflexo de um processo de retomada natural (como o produto viagem)”.

Para o setor de saúde, a perspectiva é uma aceleração do crescimento em número de clientes, em linha com a retomada da economia nacional, especialmente no que diz respeito à geração de emprego e renda – que tem influência direta na performance das operadoras. “Seguiremos ainda mais focados no aperfeiçoamento da nossa eficiência operacional, na migração digital e no suporte às necessidades dos nossos clientes, buscando soluções cada vez mais inovadoras para que tenham a melhor experiência no cuidado com a saúde, seja no modelo presencial ou virtual”, diz Carolina.

Para Priuli, é notório que as seguradoras estão cada vez mais conscientes da importância da tecnologia para a simplificação dos processos, o que ajuda a moldar o setor para atender de forma mais rápida às necessidades dos clientes, e da importância da distribuição via corretor. “Temos muito otimismo de que podemos manter o crescimento de dois dígitos e contribuir para a recuperação econômica do País, não somente em 2022, como para os próximos anos, diante de todas as mudanças que estão sendo pensadas para tornar a indústria securitária ainda mais competitiva e da necessidade de investimentos no País, independentemente do cenário político”, finaliza.

Conteúdo da edição de outubro/novembro/dezembro da Revista Aconseg-SP

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