Em busca do reequilíbrio

Diante do avanço da vacinação contra a Covid-19 no país, as empresas começam a definir o novo modelo de trabalho para a retomada, após uma mudança radical e abrupta em razão da pandemia. Além de planejar os cuidados com higiene, distanciamento, regime de trabalho alternado entre presencial e remoto, é importante que as companhias atuem para qualificar o retorno dos colaboradores ao tal “novo normal”. Depois de quase um ano e meio em home office, as pessoas se acostumaram a viver a rotina de trabalhar em casa, ao lado da família, sem precisar se deslocar. E não é à toa que há registros de aumento de casos de sedentarismo, má alimentação e questões ligadas à saúde física e mental – todas características associadas ao estresse exacerbado, medo e incertezas sobre o futuro. Todos vivenciaram algum momento de desequilíbrio que impactou em nossas rotinas diárias, inclusive na produtividade laboral.

Além de precisar desenvolver um olhar empático aos colaboradores para entender o atual panorama, as empresas podem e devem agir em busca do reequilíbrio produtivo da sua força de trabalho, levando em conta a estratégica de negócios. Resgatar a saúde física e emocional da equipe é peça-chave para o desempenho das empresas nos próximos anos, já que ainda não estão claros todos os impactos que serão sentidos no período pós-Covid, embora alguns efeitos já comecem a aparecer.

Com quase um ano e meio da pandemia e sendo o segundo país com o maior número de mortes no mundo, o Brasil enfrenta diversos desafios. De acordo com um estudo da Universidade Harvard, dos Estados Unidos, com participação da Universidade Federal de Minas Gerais, houve uma redução média nacional de 1,94 ano na expectativa de vida do brasileiro ao nascer. Ou seja, a estimativa é que bebês nascidos no Brasil em 2020 viverão até os 74,8 anos, em vez dos 76,7 anos de vida projetados anteriormente. E em 2021, a expectativa de vida no país pode sofrer uma redução ainda mais severa.

Uma pesquisa da RAND Europe mostrou que se todas as pessoas sedentárias adotassem a recomendação mínima de atividade física da OMS e caminhassem 15 minutos a mais por dia, isso representaria um acréscimo de 2,5 anos na expectativa de vida (considerando um indivíduo com 40 anos de idade em média), 5 dias produtivos a mais todo ano e US$ 100 bilhões a mais na economia mundial anualmente.

Em paralelo, estudos do Vitality Group apontam que 60% das causas de morte não-acidentais são relacionadas a quatro fatores crônicos – condições adquiridas pelo indivíduo (doenças respiratórias, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares), que por sua vez são influenciadas por quatro comportamentos controláveis de bem-estar: consumo de álcool em excesso, tabagismo, alimentação não-saudável e sedentarismo. Apoiando a melhoria desses quatro fatores, é possível prevenir o surgimento das condições crônicas e efetivamente atuar a favor de uma vida mais longa, saudável e produtiva.

Nesse sentido, a tecnologia, que às vezes é vista como uma das razões para o sedentarismo, pode ser aliada. Cada vez mais empresas investem em novos benefícios para contribuir com a busca pelo bem-estar e qualidade de vida dos colaboradores. Plataformas digitais que estimulam a realização de atividades físicas regulares e o cuidado com a saúde em troca de diversos tipos de recompensa apresentam resultados positivos de engajamento e performance, complementando ações motivadoras de comunicação corporativa. O método estimula os participantes a transformarem ou melhorarem, a médio e longo prazos, determinados objetivos previamente definidos.

No caso, o programa contribui para melhorar a saúde dos integrantes em troca de inúmeros serviços, como vouchers com desconto em alimentação, academia, transporte, produtos etc. Por meio de abordagem leve e interativa, é possível criar uma competição interna e sadia entre equipes, motivar a busca de pontos coletivos em troca de doações a instituições de caridade ou um bem comum para todos da empresa.

Estudos do Vitality Group confirmam também que programas nesse formato fazem que usuários em todo o mundo aumentem suas atividades físicas em 34% (4,8 dias por mês – quase uma semana a mais de exercícios físicos todo mês). São conquistas diárias que transformam hábitos e melhoram as condições físicas e emocionais. Para as empresas, o resultado é um colaborador mais disposto, criativo, feliz e apto a desenvolver suas tarefas de forma eficiente, após um período tenebroso de pandemia. O reequilíbrio entre saúde, social e laboral proporciona ganhos para todos, inclusive para o mundo corporativo. Basta abrir os olhos para essa nova realidade e agir.

Vivian Munizdiretora de produtos digitais da Wellness Services

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