Uma nova percepção sobre o seguro de vida

Por David Beatham

David Beatham

Falar sobre a necessidade de proteção nunca foi tão importante. Os últimos anos despertaram nas pessoas uma preocupação ainda maior em segurar os bens, a renda e, principalmente, a saúde e a vida – a própria e, também, daqueles que os cercam. Essa preocupação, claro, refletiu no mercado de seguros. A Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão responsável pela regulação do nosso setor, indica que, no ano passado, a arrecadação do mercado de seguros de pessoas cresceu quase 13% em relação a 2020. Em termos de valores, as receitas do segmento somaram R$ 51,1 bilhões. Quase metade desse volume foi alcançada pelos seguros de vida, que registraram R$ 23,4 bilhões. A mesma tendência seguiu no primeiro mês de 2022, quando o seguro de vida alavancou 17,8% ante o mesmo período de 2021, arrecadando R$ 1,92 bilhão.

Os números comprovam uma quebra de paradigma do que até pouco tempo era visto como um “tabu”. Se antes a percepção era de que o seguro de vida poderia ser acionado na falta de um ente querido, de um(a) provedor(a), agora há um entendimento claro de que se trata de uma proteção financeira, uma solução completa que oferece apoio em diversos momentos da vida. E afirmo, com toda certeza, que essa mudança de mindset é resultado direto da expansão da cultura do seguro promovida pelo setor e, especialmente, pela consultoria prestada pelos corretores de seguros ao público final.

Quem tem um seguro de vida conta, ao mesmo tempo, com a segurança de estar protegido e de proteger os seus familiares caso um imprevisto venha acontecer, seja ele o tratamento de uma doença grave, o afastamento temporário no trabalho ocasionado por algum tipo de acidente ou a necessidade de segunda opinião médica, inclusive internacional. Dependendo do plano selecionado, um seguro de vida pode fornecer até mesmo assistência nutricional e descontos em medicamentos. Ou seja, é uma ferramenta essencial dentro de um planejamento financeiro.

Um fato curioso é que, exatamente por oferecer benefícios e assistências completas dentro de uma mesma apólice, por um valor único, o seguro de vida tem atraído o público mais jovem. Na Allianz Seguros, por exemplo, 71% das novas contratações do seguro de vida são feitas por clientes de 40 anos de idade ou menos.

As pessoas também enxergam o seguro de vida como uma ferramenta de planejamento sucessório, o que pode ser atribuído, em grande parte, ao reflexo do cenário atual: o medo de perder um familiar preocupa 75% dos jovens brasileiros, enquanto 48% temem por pela perda da saúde, segundo um levantamento feito pelo Conselho Nacional da Juventude.

Embora tenha registrado um avanço, especialmente após a pandemia, o seguro de vida ainda atinge somente 15% da população brasileira, de acordo com a FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) – um cenário diferente dos países desenvolvidos: uma pesquisa realizada pela Universidade de Oxford mostra que a presença do seguro de vida alcança em torno de 30% da população norte-americana. Por outro lado, essa lacuna nos lembra que o mercado encontra grandes oportunidades, uma vez que as pessoas já não deixam a ferramenta em segundo plano.

Com essa nova percepção sobre o seguro de vida, é imprescindível que os corretores, principais parceiros de negócios do setor, se especializem constantemente para potencializar ainda mais todas as oportunidades que este novo momento pode trazer.

David Beatham é diretor executivo de Automóvel, Massificados e Vida da Allianz Seguros.

Revista Cobertura desde 1991 levando informação aos profissionais do mercado de seguros.

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