Nada muda com a aquisição por parte da Rede D’Or, segundo presidente da SulAmérica

“O que escolhemos foi o caminho de unir duas operações líderes e essa transação não é uma verticalização”, afirmou Ricardo Bottas

Karin Fuchs

Durante o painel “A Pandemia e Suas Consequências no Seguro Saúde”, no 22º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros”, Ricardo Bottas, presidente Executivo da SulAmérica, esclareceu como ficará a operação da companhia com a sua aquisição pela rede D’Or, anunciada na segunda quinzena de fevereiro.

“São mais de 700 operadoras no Brasil e ainda existe um grande concentração. Tirando as grandes seguradoras e operadoras, na média, nós temos no Brasil operadoras com menos de 10 mil vidas. São muitas operações regionais, com situações muito assimétricas. O que escolhemos foi o caminho de unir duas operações líderes e essa transação não é uma verticalização”.

Isso porque, disse Bottas, a SulAmérica tem a Rede D’Or e mais outros 1,2 mil hospitais na sua rede, da mesma forma que a Rede D’Or tem como operadoras de saúde a SulAmérica e outras 300 operadoras na sua rede. “É uma união de forças de dois operadores muito fortes na criação do maior ecossistema de saúde no Brasil, unindo forças”.

Bottas esclareceu que nada muda com essa união. “A SulAmérica continua existindo com a sua marca, com a sua operação de saúde independente, não prescindindo da nossa base de corretores, trabalhamos praticamente com um terço dos corretores do Brasil, vendendo saúde, vida e previdência. A união inclui a SulAmérica como um todo, Saúde Integral, mantida e preservada e esperamos alavancar muito o nosso propósito”.

Em números, o executivo informou que no vida, produção da SulAmérica é de mais de R$ 500 milhões de prêmios por ano, em previdência são mais de R$ 9 bilhões em reservas e entre as gestoras de investimentos do Brasil, a SulAmérica Investimentos está entre as cinco maiores. “Nós fechamos 2021 com R$ 48 bilhões em investimentos, dos quais, R$ 30 bilhões de clientes terceiros”, destacou. Ele frisou que o propósito de Saúde Integral foi criado e mantido como algo sustentável.

Bottas também explicou que a transação levará tempo para ser concluída. “Ele deve ser aprovada pelos acionista e depois pelos órgãos reguladores. Por ser Saúde Integral, são diversos órgãos reguladores, como a Susep, ANS e o Banco Central. Sem dúvida nenhuma, a SulAmérica não tem como prescindir do apoio e da energia de todos vocês, corretores de seguros, chegamos até aqui, 126 anos depois, porque trabalhamos com os corretores de seguros e seguiremos trabalhando com eles”.

Aprendizados com a pandemia

No mesmo painel, Manoel Peres, diretor-presidente da Bradesco Saúde e Mediservice e presidente da FenaSaúde, falou sobre os aprendizados da pandemia e como a companhia se preparou para as provisões futuras.

“Em março e abril de 2020, nós fazíamos previsões muito sombrias do que iria acontecer. Uma delas, era uma queda do número de segurados no setor, fizemos estimativas assemelhadas do que ocorreu em 2014. A surpresa é que foi passando o tempo, fomos adaptando as nossas situações, as condições de tarifa e de comercialização dos produtos e não só não houve a queda no número de segurados, mas houve uma ampliação no número de segurados”.

Segundo ele, “o primeiro impacto que percebemos foi que houve uma valorização em definitivo do setor de saúde, particularmente do privado, de como era importante estar protegido com o seguro ou com o plano de saúde. O papel do setor ficou notado e marcadamente relevante para a maioria das pessoas que eventualmente viam o enfrentamento das dificuldades do setor público, ainda que ele tenha conseguido responder bem”.

Com relação aos custos de saúde, Peres explicou que em maio de 2020, houve uma queda abrupta do volume de atendimentos nos prontos-socorros, no número de exames e internações eletivas, o que se reverteu nos meses de julho e agosto. Mesmo assim, no balanço final de 2020, houve redução do custo de assistência. “Na Bradesco, nós não usamos isso como resultado, pois o problema mais grave do atendimento não tinha acontecido e isso teria que ser provisão, o que virá a acontecer em 2021”.

Feitos os cálculos para constituir as provisões para 2021, Peres contou os resultados. “Nós fomos uma das empresas que apresentaram o melhor resultado, menos do que nos anos anteriores, mas muito diferente da maioria das companhia”.

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