Indústria da construção enfrenta crescentes desafios de sustentabilidade e mudanças climáticas, aponta relatório da corretora Marsh e Oxford Economics

Estimativas indicam que a produção mundial da construção tenha um crescimento de 6,6% em 2021 e 42% até 2030, impulsionada em grande parte pelo estímulo governamental e pela demanda por construção residencial. No entanto, segundo o relatório, à medida que o setor cresce, aumenta o risco de contaminação e desperdício. A construção e o ambiente construído em geral representam atualmente cerca de 40% das emissões globais de gases de efeito estufa, alerta o documento

Com o auge da infraestrutura pronta para promover o crescimento econômico global na próxima década, a indústria da construção deve enfrentar as crescentes pressões associadas às mudanças climáticas e à corrida para reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa, de acordo com um relatório divulgado hoje pela Marsh e a Guy Carpenter, ambos negócios da Marsh McLennan, empresa líder mundial em serviços profissionais nas áreas de risco, estratégia e pessoas.

O relatório, Future of Construction : A Global Forecast for Construction to 2030 , produzido com a Oxford Economics, líder mundial em projeção e análises econômicas, oferece uma visão sobre o futuro da construção à medida que a indústria se recupera dos efeitos sem precedentes da COVID-19 e os principais impulsionadores que darão forma ao seu futuro na próxima década.

Conforme o relatório, espera-se que a produção mundial da construção tenha um crescimento de 6,6% em 2021 e 42% até 2030, impulsionada em grande parte pelo estímulo governamental e pela demanda por construção residencial. No entanto, à medida que o setor cresce, aumenta o risco de contaminação e desperdício, alerta o documento. A construção e o ambiente construído em geral representam atualmente cerca de 40% das emissões globais de gases de efeito estufa.

A mudança climática e a corrida para emissões líquidas zero são possivelmente os maiores desafios que a indústria da construção enfrenta, conforme o relatório. A necessidade de reduzir radicalmente a quantidade de carbono incorporado em novas construções alimentará o crescimento de uma indústria de desconstrução que reutiliza enormes reservas urbanas de materiais de construção.

O relatório indica que em 2020, o capital ambiental, social e de governança (ESG) para infraestrutura cresceu 28%, em grande parte devido a um fluxo de captação de recursos para estratégias relacionadas à sustentabilidade. Como as principais construtoras e incorporadoras costumam alocar capital significativo em infraestrutura utilizando seus próprios balanços corporativos, há oportunidades para as empresas que desenvolvem novas tecnologias, projetos e processos.

Richard Gurney, Diretor Global de Construção da Marsh Specialty, reforça que as mudanças climáticas e a agenda ESG, bem como os riscos e oportunidades que apresentam, estão entre os maiores desafios que o setor de construção global enfrentará na próxima década. Essas forças estão mudando os perfis de risco do setor. “As organizações devem se adaptar para aproveitar as vantagens do enorme potencial de crescimento da indústria, ao mesmo tempo em que desempenham um papel fundamental no avanço das economias e comunidades em todo o mundo”, diz.

De acordo com André Dabus, Diretor de Infraestrutura da Marsh Brasil, os temas abordados neste relatório – incluindo mudanças climáticas, considerações ESG, o surgimento de uma indústria de desconstrução e a incorporação de métodos modernos de construção – estão mudando o perfil de risco da indústria de construção e criando oportunidades que moldarão o futuro da construção.

O executivo reforça que a indústria da construção demonstrou notável resiliência durante o pior período da pandemia da COVID-19 e durante um período de significativa ruptura na economia global – o pior desde a Grande Depressão há cerca de 80 anos.

O mercado global de construção deve crescer US﹩ 4,5 trilhões ao longo da década até 2030, chegando a US﹩ 15,2 trilhões. Apenas quatro países – China, Índia, EUA e Indonésia – serão responsáveis por quase 60% desse crescimento, enquanto os 10 principais mercados globais de construção deverão responder por quase 70% do crescimento no mesmo período.

Para Simon Liley, Co-Diretor de Engenharia Global da Guy Carpenter, o setor da construção e engenharia está entrando em um período de oportunidades estimulantes, mas que também exigirá novas formas de abordagem do risco por parte dos setores de seguros e resseguros. Essas dinâmicas exigem uma troca efetiva de conhecimento dos inovadores do setor, por um lado, aos atuários de resseguros, pelo outro. Compreender o perfil mutante da exposição, da tecnologia e das fontes de capital será importante para permitir que seguradoras e resseguradoras estabeleçam plataformas de subscrição e ofereçam produtos que atendam às necessidades mutantes da indústria da construção.

Outras projeções para a indústria até 2030 incluem:

• Crescimento anual médio previsto na construção de 3,6% anual, mais rápido que os setores de serviços ou manufatura.

• Na próxima década a construção verá um crescimento global de 35% em comparação com a década anterior, impulsionado por níveis sem precedentes de gasto de estímulo na infraestrutura e o desencadeamento de um excesso de economia nos lares; representará mais de 10% do PIB na América do Norte.

• Está previsto que a construção de infraestrutura global crescerá a uma média anual de 5,1%.

“É incomum ver que a construção supere o crescimento tanto em serviços quanto em manufatura durante um período mais sustentado. Normalmente, esperaríamos ver um crescimento da construção mais rápido do que outros setores da economia durante períodos mais curtos em uma recuperação cíclica. No entanto, não é surpreendente que se espere que a construção impulsione a economia global na próxima década, considerando a natureza sem precedentes dos gastos de estímulo em infraestrutura por parte dos governos e o desencadeamento de economia excessiva das famílias por causa da COVID”, diz Graham Robinson, Líder Global de Infraestrutura e Construção na Oxford Economics e autor principal do Future of Construction.

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