Unimed exalta São Paulo em espetáculo com Regina Braga

Peça marcou a reabertura do Teatro Unimed, em São Paulo, depois de dois anos fechado em decorrência da pandemia.

Regina Braga estrela espetáculo dedicado a São Paulo. (créditos: Iara Morselli / Teatro Unimed)

Uma cidade que assusta, desafia, acolhe, estimula e encanta. Uma atriz que faz questão de compartilhar cm todos sua crescente paixão pela cidade por meio de histórias garimpadas ao longo de anos. Um grupo musical que traz à tona versos e melodias que mostram uma cidade única, contraditória, misteriosa e muito divertida. Assim é São Paulo, espetáculo teatral com a atriz Regina Braga, em cartaz no Teatro Unimed (Ed. Santos Augusta, na esquina das duas ruas, ao lado da Av. Paulista, em São Paulo) somente até este domingo, 20 de fevereiro. Agora, o aguardado espetáculo pode, finalmente, ser visto presencialmente pelo grande público, pois a estreia prevista para 12 de março de 2020 foi desmarcada em decorrência da pandemia.

““Estamos muito felizes em retomar os espetáculos presenciais do Teatro Unimed com a Regina Braga, uma referência em talento brasileiro, ainda mais exaltando uma cidade que todos amamos, levando cultura e alegria ao público. A arte e o entretenimento são grandes aliados da saúde mental, fundamentais para uma vida plena e de bem-estar”, afirma Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Central Nacional Unimed.

“Regina Braga e o Teatro Unimed têm muito em comum. Todos trabalhamos em prol da produção cultural de alta qualidade, cuja função principal é comunicar, divertir e emocionar. Ao mesmo tempo, faz parte dos nossos objetivos sempre olhar de forma atenta para a cidade, respeitando sua história, suas transformações, suas necessidades, e contribuindo para sua melhor qualidade de vida. Assim como Regina, amamos São Paulo e é por esta cidade que existimos”, declara Fernando Tchalian, CEO da desenvolvedora Reud, controladora do Teatro Unimed.

Desde a sua fundação, em 25 de janeiro de 1554, na área conhecida como Campos de Piratininga, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí, onde já existia o Pateo do Colégio, a cidade de São Paulo tem vivido contínuas transformações, sempre acolhendo quem chega, multiplicando sua diversidade e acelerando sua evolução. Esta cidade ocupa o papel de personagem principal do espetáculo dirigido por Isabel Teixeira, que reúne histórias deliciosas como o relato do Padre José de Anchieta sobre subir a serra do mar (a pé!), a visão poética de Itamar Assumpção sobre o Rio Tietê, a reflexão de Drauzio Varella sobre os passarinhos (bem-te-vis, tico-ticos, sanhaços, sabiás…) que, teimosos, ainda insistem em morar na cidade, e outras preciosidades escritas por ninguém menos que José Miguel Wisnik, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Paulo Prado, Castro Alves, Paulo Caruso, Guilherme de Almeida, Plínio Marcos, José Ramos Tinhorão, Alcântara Machado, Manuel Bandeira, German Lorca, Frei Gaspar da Madre de Deus, Carlos Augusto Calil, Paulo Bonfim, Stefan Zweig e Pedro Corrêa do Lago.

A ideia do espetáculo começou a tomar forma há dez anos, estimulada pela leitura do livro A Capital da Solidão, de Roberto Pompeu de Toledo. “Com este livro, a minha relação com a cidade mudou, passou a ser mais amorosa, de afeto mesmo, buscando entender os lugares descritos no livro, como a forca que existia na Liberdade”, revela Regina, que chegou em São Paulo aos 18 anos de idade e, como ela mesma diz, “foi ficando”. São Paulo, uma cidade que nasceu isolada, escondida e assim permaneceu por quase quatro séculos. Ao longo da peça, (re)descobrimos a transformação da pacata vila com o ciclo do café, que fomentou estradas de ferro e estimulou a imigração; a fundação da Faculdade de Direito no largo de São Francisco, que impactou definitivamente em sua vida cultural e de lazer; o crescimento da cidade para além dos rios Tietê e Pinheiros; o surgimento das periferias a partir dos anos 30 e sua imensa força braçal e cultural; o carnaval do jeito bem paulistano e suas primeiras escolas de samba…

“A evidente paixão de Regina pela cidade de São Paulo é contagiante, conduz o fio narrativo e envolve completamente quem assiste ao espetáculo”, afirma a diretora Isabel Teixeira. Este afeto e este encantamento motivaram uma extensa pesquisa sobre a cidade e o que se escreveu e se cantou sobre ela, com inúmeras ideias anotadas – uma a uma, ano após ano – em um caderninho. Um processo de construção narrativa realizado com as pessoas e para as pessoas, que foi incorporando referências que vieram à tona em uma série de leituras realizadas na Casa de Mario de Andrade, na Biblioteca Mario de Andrade, na Casa das Rosas e em oito exibições no YouTube.

A própria Regina, responsável pelo roteiro, organizou tudo sobre uma ampla mesa, peça central no processo de criação e que acabou sendo o principal elemento cenográfico na montagem teatral, em volta da qual casos e lembranças são compartilhados e ganham calor, cor e som, como acontece mesmo em uma acolhedora mesa de roda de samba, daquelas que adoramos em um boteco ou no quintal de casa. Cenário perfeito para a música produzida graças ao talento de Xeina Barros (voz e percussão), Alfredo Castro (voz e percussão), Vitor Casagrande (voz, cavaquinho e bandolim) e Gustavo de Medeiros / Guilherme Girardi (voz e violão), que dividem o palco com Regina.

A boa música que é o elemento condutor do espetáculo, seja complementando os textos que majestosamente ganham vida com a atriz, seja servindo de contraponto à sua atuação. Entre as pérolas resgatadas, São Paulo, Chapadão da Glória (Silas de Oliveira e Joaci Santana), Samba Abstrato (Paulo Vanzolini), Viaduto de Santa Efigênia (Adoniran Barbosa), O Mundo (André Abujamra), No Sumaré (Chico César), Vira (Renato Teixeira), Persigo São Paulo (Itamar Assumpção), entre outras. “A Regina é uma artista muito completa: escreve, canta, produz, sempre muito viva e inquieta. Eu me reconheço nessa inquietação”, complementa Isabel.

E é por inquietação e afeto que Regina compartilha também algumas de suas lembranças da cidade, como as chegadas de trem na Estação da Sorocabana (como era conhecida a estação Júlio Prestes), os jardins floridos dos casarões da Av. Angélica, a elegância nas ruas, a garoa, as águas que sumiram embaixo do cimento, com os rios subterrâneos e retificados, a efervescência do centro da cidade e de teatros como o Maria Della Costa, o Arena e o Oficina, a Escola de Arte Dramática que funcionava onde hoje é a Pinacoteca, as – também teimosas! – árvores da cidade: ipês brancos, roxos, amarelos; flamboyants vermelhos, alaranjados; tipuanas; jacarandás mimosos; sibipurunas com flores amarelas que imitam canários… Uma cidade sempre viva, estimulante e aberta, como o próprio espetáculo, como sus próprias pessoas. Parafraseando Itamar Assumpção, não é (só) amor, é uma identificação absoluta. São Paulo é Regina, São Paulo somos nós.

Sinopse

Espetáculo teatral que passeia pelos encantos, mistérios e fatos curiosos da cidade de São Paulo, sua formação, suas transformações, sua gente, suas contradições, sua força. A cidade de São Paulo como personagem principal que ganha vida em textos e músicas garimpados ao longo de uma extensa pesquisa, apresentados de forma divertida, intensa e muito leve.

Regina Braga

Atriz formada pela EAD – Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), atualmente muito elogiada pelo papel da psicanalista Ana Virgínia, na novela Um Lugar ao Sol, na Rede Globo, onde participou também de Por Amor, Mulheres Apaixonadas, Ti-ti-ti, A Lei do Amor e da série JK. Atuou em mais de trinta espetáculos teatrais, entre eles Chiquinha Gonzaga, Ô Abre Alas, de Maria Adelaide Amaral; Uma Relação Tão Delicada, de Loleh Bellon; À Margem da Vida, de Tennessee Williams; Um Porto para Elizabeth Bishop, de Marta Goes. Por esses espetáculos, recebeu os prêmios de melhor atriz do ano. Nos últimos anos, em parceria com Isabel Teixeira, apresentou Desarticulações, de Silvia Molloy e Agora Eu Vou Ficar Bonita, escrito por ela e Drauzio Varella. Regina também integrou o elenco da série Alice, na HBO.

Isabel Teixeira

Atriz formada pela EAD, foi assistente de Regina Braga no espetáculo Totatiando, com Zélia Duncan (2011), dirigiu Desarticulações, com Regina Braga e texto de Sylvia Molloy (2013); Tudo Esclarecido, show de Zélia Duncan (2013); Animais na Pista, de Michelle Ferreira (2014); Agora Eu Vou Ficar Bonita, com Regina Braga e Celso Sim, roteiro de Regina Braga e Drauzio Varella (2014); Fim de Jogo, de Samuel Beckett, com Renato Borghi (2016); Lovlovlov, Peça Única em Cinco Choques, (2016); e A Mulher que Digita, de Carla Kinzo (2017). Como atriz, atuou em Puzzle (a, b, c e d), sob a direção de Felipe Hirsch (2014); e E Se Elas Fossem Para Moscou?, cumprindo temporada ao redor do mundo até 2020. Foi contratada, como integrante da Cia. Vértice de Teatro, pelo Teatro Odeon de Paris e pelo Le Centquatre-Paris para atuar no espetáculo Ítaca, de Christiane Jatahy, que estreou em Paris em abril de 2018. Ganhou o prêmio Shell de Melhor Atriz por Rainha(s) (2009). Em 2019, escreveu e dirigiu a peça People vs People, que estreou em novembro de 2019, em Curitiba. Fez parte do elenco da série Desalma, de Ana Paula Maia, direção de Carlos Manga Junior, e da novela Amor de Mãe, de Manuela Dias, direção de José Villamarin. Atualmente, está no elenco de Pantanal, próxima novela da rede Globo, direção de Rogério Gomes, com estreia prevista para março de 2022.

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