Open Insurance deve alavancar o trabalho dos corretores e assessorias

Alexandre Camillo, superintendente da Susep, comenta os benefícios e as oportunidades que estão sendo gerados pela iniciativa

A implementação do Open Insurance está sendo realizada pela Susep desde dezembro de 2021, com a entrada do compartilhamento de dados públicos sobre canais de atendimento e produtos de seguro, previdência complementar aberta e capitalização disponíveis para comercialização no Open Banking, evitando assimetrias entre os sistemas e consolidando o processo de sua integração em um modelo de Open Finance.

Em conversa exclusiva com a Revista da Aconseg-SP, o superintendente da Susep, Alexandre Camillo, comentou como o Open Insurance irá alavancar o trabalho dos corretores e assessorias. Segundo ele, entre os benefícios e oportunidades para o setor estão uma maior possibilidade de customização de produtos para os seus clientes a partir de um maior universo de informação. Destaca-se que, para o setor de seguros, a mensuração de riscos é instrumento fundamental na precificação do serviço e a informação é ferramenta essencial para a correta precificação. Logo, a partir do melhor conhecimento dos clientes, as empresas poderão desenhar produtos cada vez mais alinhados às demandas dos consumidores, o que representa um grande potencial para a inovação e crescimento de mercado.

Além disso, há a possibilidade de uma maior capilaridade com acesso a novos clientes a partir do desenvolvimento de novas ferramentas que somente serão possíveis devido à padronização das informações e a iniciativa de desenvolvedores.

“Os corretores e corretoras são participantes essenciais ao mercado de seguros, na medida em que agregam valor ao relacionamento entre os consumidores e as seguradoras, levando esclarecimentos sobre os produtos e assessorando no processo de tomada de decisão”, avalia Alexandre Camillo, enfatizando que, nesse sentido, permanecerão desempenhando esse relevante papel para o consumidor e, por conseguinte, para o mercado. “O mercado de seguros tem passado por transformações relevantes e é natural que as inovações tecnológicas sejam incorporadas às etapas da cadeia de valor do seguro de maneira a proporcionar serviços mais baratos, eficientes e de maior valor agregado, melhorando a experiência do cliente como um todo, desde a contratação até os serviços pós-venda”, completa.

A digitalização da atividade de intermediação é um processo que vem ocorrendo ao longo do tempo e é importante que os corretores e demais agentes, que atuam nesta etapa da cadeia de valor, encontrem formas de se adaptar aos hábitos e padrões de consumo que, eventualmente, se alterem, buscando manter competitividade e credibilidade perante os consumidores. E isso não será diferente com o Open Finance.

“A tecnologia poderá auxiliar no desenvolvimento de novos serviços e formas de operar e tornar a jornada do consumidor cada vez mais conveniente. E tal fato não interfere no aconselhamento e consultoria aos clientes. O Open Finance é uma evolução natural de um processo de digitalização e integração do setor, que irá oferecer condições de infraestrutura adequadas para o compartilhamento de dados, conforme o desejo do cliente”, ressalta.

Assessorias de seguros e a Susep

Apesar de apontar que as assessorias de seguros não são agentes supervisionados pela Susep, Camillo reconhece sua relevância: “No contexto comercial e de busca por melhoria na distribuição de seguros, no atendimento aos corretores, que são os principais agentes nesse processo de distribuição, entende-se que pode ser uma estratégia interessante sendo adotada por seguradoras”.   

Já as Aconsegs, em sua visão, enquanto entidades representativas de consultoria, poderão contribuir via entidade supervisionada a qual estiverem subordinadas/relacionadas: seguradoras, no caso. E, como qualquer cidadão, contribuindo diretamente nos momentos de consulta pública promovidos pela Autarquia. “As percepções em relação aos corretores que atendem, devem ser observadas junto às empresas para quem prestam serviço que, por sua vez, farão chegar esses pontos de vista à autarquia, como órgão de supervisão e regulação”, ressalta.

Conteúdo da edição de janeiro/fevereiro/março (número 57) da Revista Aconseg-SP

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