Uso dos planos de saúde aumenta oito pontos percentuais entre janeiro e setembro deste ano

Gastos das operadoras batem recorde no 3º Tri de 2021 e chegam a R﹩ 43 bilhões, maior valor desde o primeiro trimestre de 2019. Projeções da ANS indicam que, no 4 º trimestre, sinistralidade deve chegar em 85%, fechando o ano 10 pontos percentuais maior

Com a pandemia estabilizada no Brasil e a vacinação caminhando, os beneficiários de planos de saúde retomaram os procedimentos antes deixados de lado. Essa retomada já impacta a operação dos planos de saúde, que no 3º Tri de 2021 pagou a fornecedores e prestadores assistenciais R﹩ 43 bilhões, o valor mais alto desde o primeiro trimestre de 2019, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Esse custo recorde é consequência da inflação da saúde, da incerteza econômico brasileira, mas, sobretudo, pela alta demanda de procedimentos não urgentes.

Ainda segundo a ANS, a sinistralidade no 3º Tri de 2021 ficou em 83%, oito pontos percentuais maior que no primeiro trimestre do ano, que foi de 75%. Considerada a projeção feita pela agência reguladora, o quarto trimestre é ainda mais preocupante: as operadoras podem encerrar 2021 com 85% de sinistralidade, dez pontos percentuais a mais que o apresentado no começo do ano.

Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar)

“Os números divulgados recentemente pela ANS corroboram alertas que temos feito desde o primeiro semestre: a sinistralidade está em escalada, o que indica forte aumento das despesas assistenciais. Assim como a redução do uso em 2021 resultou em queda das mensalidades neste ano, para 2022 o movimento, infelizmente, vai em direção contrária, com enorme pressão de custos que terá reflexos nos reajustes dos planos”, alerta a diretora executiva da FenaSaúde, Vera Valente.

Ainda de acordo com a análise de Vera Valente, o que vem ocorrendo na saúde não é diferente do que ocorre em outros setores da economia brasileira. “A inflação tornou-se novamente preocupação central dos brasileiros, com índices gerais já estão acima de dois dígitos. Todos os setores de serviços estão sofrendo. Escolas terão os maiores aumentos em 5 anos e energia elétrica terá tarifas até 20% mais altas, segundo estimativas de mercado”, conclui.

Custo Covid também em alta

Embora as internações por Covid-19 tenham despencado desde o início da campanha de vacinação, o custo por paciente com a doença em uma internação UTI está em patamares máximos na pandemia. É o que aponta estudo da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) a partir de dados coletados com seis operadoras associadas à entidade, que representam 25% do total de beneficiários da saúde suplementar.

Os custos por internação Covid-19 (UTI), em setembro/20, estavam em R﹩ 63.966 em média, por paciente. Após um ano, esse número saltou para R﹩ 97.328, valor 52,2% a mais. Em relação a agosto/21, os valores de setembro/21 se mostram estáveis, porém, a estabilidade se dá em níveis muito altos.

Fonte: FenaSaúde (projeção baseada nos dados de seis associadas, que representam 25% dos beneficiários de planos médico-hospitalares)

A FenaSaúde entende que os dados são reflexo da variação cambial, aumento de custos logísticos e das incertezas na economia brasileira, que refletem na escalada de preços.

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