Open Insurance: executivo aponta cuidados para seguradoras e tendências relacionadas a produtos e tecnologias

Instituições devem se preparar com antecedência para atender regulamentação técnica e usufruir dos benefícios do novo sistema, que promete revolucionar o mercado com produtos e serviços mais personalizados e competitivos

Teve início, no mês de dezembro, a primeira fase do Open Insurance, elaborado pela Superintendência de Seguros Privados – Susep, órgão regulador nacional. O Sistema de Seguros Aberto é parte das mudanças trazidas pelo Open Finance e, por meio dele, dados relacionados a seguros, previdência complementar e capitalização poderão ser compartilhados, o que vai aumentar a competitividade no mercado com uma maior personalização de produtos e serviços e novas oportunidades de negócios. A implantação completa do novo sistema contempla três etapas e deve ser concluída até o mês de junho de 2023.

“É fundamental que as empresas se preparem com antecedência, para não ficarem em desvantagem em relação aos concorrentes. Aqueles que olharem tardiamente para o tema estarão menos preparados, não somente para o cumprimento da regulamentação, que é bastante criteriosa, mas também para aproveitar as oportunidades que se abrem. É uma mudança significativa e faz toda a diferença ter a mente aberta para entender esse movimento e se preparar para transformar a informação disponível em vantagem competitiva e, inclusive, monetizá-la”, orienta Kleber Santos, VP of Business Strategy do Grupo FCamara, consultoria de soluções tecnológicas e transformação digital.

Protocolos buscam garantir segurança e privacidade

Para integrar o Open Insurance, as empresas participantes precisam atender a diversos requisitos técnicos estabelecidos pela Susep, que buscam garantir segurança e privacidade na transmissão e recepção dos dados por meio de APIs abertas. Na fase 2 de implantação, que prevê o compartilhamento de informações pessoais dos clientes, é necessário também o consentimento dos consumidores.

“Para serem transmissoras de dados, seguradoras e outras participantes precisam implementar Gestão de Consentimento. Apenas com a permissão dos clientes, os dados podem ser compartilhados. Os consumidores poderão definir o escopo de informações que podem ser transmitidas e o prazo de validade dessa autorização. Tudo isso deverá ser rigorosamente respeitado e controlado, conforme os protocolos definidos pelo órgão regulador”, explica o executivo.

Para ser um receptor de dados, por sua vez, Santos explica que, além de ter todo o sistema de transmissão implantado e homologado pela Susep, é necessário criar uma interface visual de solicitação de consentimento e desenvolver um conjunto de comunicação com as instituições do ecossistema, para validar e receber informações como URL de redirecionamento, endereços/rotas de APIs de comunicação e certificados.

“Essas providências técnicas são requisitos impostos a todas as participantes que pretendem integrar o Open Insurance. Contudo, é importante esclarecer que essas medidas permitirão o recebimento apenas de dados brutos. Cada receptora terá que desenvolver sua própria estratégia de inteligência para fazer um uso assertivo e otimizado dessas informações, que de fato permita abrir novas oportunidades e um posicionamento mais competitivo”, ressalta.

Sistema impulsiona tendências em produtos e tecnologias

A dinâmica gerada pelo Open Insurance será acompanhada de desafios, como novos processos de aceitação e precificação do risco, em função do compartilhamento de dados de fidelidade, pontualidade e sinistralidade, além da disponibilização de portais ou aplicativos adequados que permitam a boa usabilidade dos dados compartilhados. Santos aponta que a tecnologia terá peso importante nesse cenário, oferecendo soluções para um uso estratégico das informações.

“Haverá acesso aos dados dos clientes da concorrência e aos dados dos próprios concorrentes, relacionados a seus produtos, serviços e taxas aplicadas. Cruzando essas informações, fica muito mais fácil enxergar como um novo produto deve nascer para ser mais estratégico e competitivo, com taxas mais agressivas, graças à melhor apuração do risco, e como atuar para fidelizar a carteira de clientes. O que prevejo é que, graças a recursos tecnológicos e técnicas avançadas de data analytics, teremos um aumento significativo de comercialização de microsseguros, coberturas pontuais de curto prazo e personalização de produtos conforme necessidade específica do segurado, proporcionando melhor experiência e eficiência para o cliente final, o que representa uma completa inovação nesse modelo de negócio, avalia.

Segundo o executivo, contar com o apoio de empresas especializadas pode potencializar o aproveitamento das novas possibilidades. “Estamos preparados para apoiar as organizações que queiram participar dessa mudança e, assim como já ocorreu no Open Finance, o Grupo FCamara desenvolveu um acelerador que atenderá todos os requisitos tecnológicos e regulatórios para transmissão e recepção de dados, com o qual ajudaremos seguradoras e outras instituições no acesso às informações e aos benefícios que o Open Insurance trará”. A empresa oferece extremo conhecimento sobre o diretório e características de utilização necessárias para transformar os negócios com a velocidade que o momento requer.

Por último, o executivo aponta que o cliente, além de ser beneficiado  por produtos e serviços mais customizados e taxas mais atrativas,  também terá acesso a uma melhor experiência de consumo. “A jornada do cliente será desburocratizada, podendo ser um fluxo 100% digitalizado, com meios de pagamento inovadores e maior facilidade na ativação e vigência das apólices, que poderá ser imediata à contratação. Transações como compras, cancelamento ou abertura de sinistros serão feitas online, com o cliente à frente de toda tomada de decisão e enxergando com mais clareza quais produtos são aderentes ao seu perfil e às suas necessidades”, finaliza.

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