Os desafios na distribuição de seguros

Um mundo cada vez mais digital e a criação das SISS impõem mudanças no mercado

Karin Fuchs

Na 3ª edição do CQCS Insurtech & Innovation, realizada em novembro, no painel “Os atuais desafios na distribuição de seguros”, Helio Opipari Jr., presidente da Aconseg SP, falou sobre a atuação das assessorias, que nasceram em meados dos anos de 1980, e a relevância desse modelo de negócio. “Naquela época, as seguradoras começaram a terceirização de algumas atividades, principalmente as técnicas, e alguns empreendedores vislumbraram que era o momento de ampliar essa terceirização e desempenhar algumas funções mais comerciais para as seguradoras”.

Atualmente, a Aconseg-SP reúne 36 assessorias no Estado de São Paulo, cerca de R$ 2 bilhões anuais em prêmios emitidos, 30 mil corretores  cadastrados e 600 colaboradores focados em atendê-los. Sobre o futuro, Opipari Jr. disse que o corretor continuará sendo o protagonista deste mercado. “O nosso desafio é o apoio que temos que dar a esse corretor de seguros, inseri-lo mais no canal digital. Cada vez mais, o nosso papel é esse apoio ao corretor, que é a principal figura da distribuição de seguros”.

As oportunidades e os desafios com a criação das Sociedades Iniciadoras de Serviço de Seguro (SISS), a partir da Resolução CNSP nº 429/2021, foram abordadas por José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine Seguradora. “Olho as SISS como uma oportunidade que a Susep está colocando no mercado, estimulando novos ecossistemas para crescer o bolo securitário em relação ao PIB. Ao mesmo tempo, pode ser um desafio para o atual modelo de distribuição. Todos nós, seguradores, discutimos hoje o impacto dessas mudanças. Seja qual for o futuro, nós estamos juntos com os corretores de seguros”.

Ferrara também enfatizou a importância da diversificação. “Para se manter competitivo, o corretor de seguros deve diversificar portfólio e promover iniciativas para reter o cliente, que tem que perceber valor adicionado. E o papel da tecnologia nesse contexto. “Para o corretor plugado não há limites nem fronteiras para prospectar”, afirmou.

DIGITAL

Com base em uma pesquisa global da KPMG, Diogo Arndt Silva, CEO da Rede Lojacorr, mostrou o quanto a distribuição de seguros ainda é incipiente no mundo e que, em comum, entre os países avaliados, a preferência dos consumidores é pelo corretor de seguros. “A participação é menor do que 5%, exceto no Reino Unido que tem a maior participação, onde 25% das vendas são feitas por canais digitais, mas lá tem outra características, como o seguro de responsabilidade civil obrigatório. O consumidor decide mais pelo preço, não tem tanta diferenciação de produto. No Brasil, para o mesmo cliente e o mesmo risco, a variação de preços, coberturas e produtos é enorme”.

Para ele, o grande desafio é estar inserido no mundo digital. “O nosso mercado ainda é de empresas tradicionais, existe um novo modelo de gestão sendo implementado no mundo inteiro com base nas empresas de tecnologia. Inova mais quem erra e aprende mais rápido”.

O CEO da Rede Lojacorr destacou as oportunidades que os corretores têm dentro de casa. “Nas corretoras de seguros há por volta de 63 milhões de ex-segurados que compraram um produto. Talvez dentro da própria corretora exista uma oportunidade gigante de buscar novos clientes que você  já se relacionou um dia e que deixou ele de lado”. Segundo ele, a Quiver é responsável pelo processamento de dados de 35% do mercado via corretor de seguros, são 41 mil usuários diários e 6,8 milhões de apólices vigentes.

Conteúdo da edição de dezembro (238) da Revista Cobertura

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