Uma espécie de Netflix para o universo da consultoria

Newton Queiroz cria C-Level Consultant e aponta que as inovações no setor precisam ser aplicadas para mudar a percepção de valor do consumidor em relação ao seguro

Carol Rodrigues

Influenciado pelo cliente, cada vez mais demandante de um serviço de excelência e produtos para suas necessidades, o mercado segurador está cada vez mais inovador. Porém, disponibilizar um produto sem testar a aderência ao consumidor de seguro é um ciclo passível de mudança. Essa é a visão de Newton Queiroz, executivo com mais de 20 anos de experiência, mais de 10 deles como C-Level no Brasil e América Latina.

“Existe um mar de oportunidades, mas como toda oportunidade, além de riscos, é preciso tempo de maturação e testes para encontrar a forma correta. O que muitas empresas não têm o costume de fazer, ou seja, quase sempre foi ao contrário: a seguradora traz um produto novo e tenta vender ao cliente mesmo sem saber se o produto realmente é o que o cliente precisa. Esse ciclo tem de mudar”.

Com uma carreira voltada para inovação, transformação digital e aumento da penetração de seguros, Queiroz criou a C-Level Consultant com a proposta de utilizar conhecimento estratégico e macro, via consultoria para empresas de pequeno e médio porte. Além disso, oferece um custo acessível e metodologias testadas e aprovadas por executivos que detêm experiência no setor de seguros.

“Este conceito está em adequação mas, de forma simples, o que imagino é uma empresa que crie um ecossistema que permita a troca de conhecimento entre executivos e profissionais do mercado, assim como oferecer soluções a eventuais desafios de empresas de forma diferente. A ideia é nichar e pensar em ser algo novo, como uma Netflix para o mundo de consultoria via conhecimento de autogestão”.

Para ele, a ideia de um produto para todos está muito enfraquecida, e com isso vem a necessidade de as seguradoras inovarem em todos os campos. “No momento, o foco vem sendo na comunicação com parceiros e distribuição. Ainda falta muito trabalho nas ofertas de produtos, por exemplo, as pessoas que não compram seguro hoje por diversos motivos, desde experiência, cultura ou financeiro”, expõe.

Tendências

O mercado de seguros vem dando saltos na transformação digital e inovação, mas o executivo observa que ainda está aquém de segmentos  como bancos e fintechs. “A maioria das seguradoras sempre buscou ter sistemas internos, e isso gerou (ao longo dos anos) legados e algumas complexidades de backoffice que sentimos agora. Efetuar a parte de inovação e digitalização para o cliente é muito mais simples do que a parte interna de emissão, endossos e demais pontos”.

Segundo Queiroz, o mercado chegará ao cenário ideal nos próximos 24 a 30 meses, ou seja, em 2024. No entanto, destaca que, devido ao momento, o custo tende a ser alto.

As tendências irão ocorrer no âmbito da distribuição e das iniciativas focadas em reduzir o custo administrativo, variável de acordo com os mercados e cada empresa. “Agora, um ponto que é igualmente importante a todas as empresas ao redor do mundo é a necessidade de obter dados de qualidades, refiná-los e, por fim, utilizar os mesmos para buscar uma melhor subscrição, distribuição, cross sell e retenção”.

Outro ponto lembrado pelo executivo é o fato de o corretor ser o mais legítimo representante do cliente final, e quem detém o maior número de informações em relação à necessidade de mercado de seus clientes. “Coloquem sobre a mesa o que o cliente necessita e busquem a empresa que está disposta a apostar nesta ideia contigo. Hoje, o mercado está muito mais aberto para isso”.

Contudo, é necessário colaborar para mudar a percepção do valor do seguro apenas no momento do sinistro, ou seja, melhorar a expêriencia do cliente no seguro. “Fazer com que ele sinta o valor do seguro mesmo sem sinistro. Nossos produtos são investimentos e não um custo como a maioria das pessoas e empresas veem”.

Conteúdo da edição de março (229) da Revista Cobertura

Revista Cobertura desde 1991 levando informação aos profissionais do mercado de seguros.

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