Dados são do Observatório de Atenção Primária da Umane com base no último levantamento do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde de 2020
- Das 229.300 pessoas que morreram por neoplasias – malignas ou benignas – no Brasil em 2020, 126.555 (55%) tinham entre zero e 7 anos de estudo. 20% tinham entre 8 a 11 anos de escolaridade e 9,2% tinham entre 12 anos ou mais de estudo.
- Os dados mostram que a mortalidade é maior entre quem tem menos escolaridade e renda.
- 52% das mortes por neoplasias – malignas ou benignas – são de homens e 48% de mulheres.
- 59,2% das vítimas fatais têm mais de 65 anos de idade.
Boa parte desses casos poderia ser evitada com o fortalecimento dos serviços de Atenção Primária em Saúde (APS).
Para a superintendente Geral da Umane, Thais Junqueira, “as medidas de prevenção que estão ao nosso alcance para os tipos de câncer mais prevalentes em adultos são, de modo geral, relacionadas ao controle dos principais fatores de risco – comuns para os diferentes tipos, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, alimentação inadequada e obesidade. As ações educativas, de orientação e de fomento à mudança de hábitos são essenciais ao longo de todo o ciclo de vida da pessoa, e devem ser parte da oferta de serviços na Atenção Primária.” A Umane é uma associação civil sem fins lucrativos, isenta e independente voltada a articular e fomentar iniciativas de apoio ao desenvolvimento do SUS.
Confira abaixo exemplos de cânceres e seus respectivos índices de mortalidade:
- Câncer colo-retal: matou 20.245 pessoas em 2020 e poderia ser evitado por meio do incentivo à alimentação saudável. No entanto, em 2021, 78,2% dos brasileiros das capitais não fazia consumo recomendado de frutas e hortaliças. Este índice era ainda maior entre quem estudou de 0 a 8 anos: 82,1%.
Câncer de mama: apesar de ser um dos cânceres mais letais para as mulheres – foram 17.825 mortes em 2020 – o principal exame para detectá-lo, a mamografia, não atinge todas as mulheres. Nas capitais brasileiras, em 2021, 37,9% das mulheres adultas nunca tinham realizado este exame. Vale destacar a importância do auto exame para detecção da doença e das consultas de rotina.
Câncer de próstata: o número de mortes por este tipo de câncer aumentou 25% desde 2010 e acomete mais os menos escolarizados: 64,9% dos homens que morreram tinham entre 0 a 7 anos de estudo, o que pode indicar problemas de acesso à prevenção e a exames de diagnóstico.
Câncer de colo do útero: embora tenha tirado a vida de 6.627 mulheres em 2020, 20% das brasileiras única realizaram exame Papanicolau, medida preventiva essencial contra este tipo de câncer. Medidas simples como essa podem reduzir em até 90% casos da doença no país. Além disso, é necessário ampliar a cobertura de vacinação contra o HPV, uma das causas desse tipo de câncer. Atualmente, essa vacina está disponível gratuitamente nos postos de saúde para meninos e meninas de 9 a 14 anos.
Câncer de traqueia, brônquios e pulmão: das 28.620 vítimas fatais destes tipos de cânceres, 55,9% eram do sexo masculino. Não à toa a proporção de homens fumantes (11,5%) é maior do que a de mulheres que fumam (6,7%). O cigarro está entre as principais causas da doença nesses órgãos.
Taxas de mortalidade dos principais tipos de câncer que acometem os brasileiros
Câncer colo-retal: Taxa de mortalidade a cada 100.000 habitantes: 9,6
Câncer de mama: Taxa de mortalidade a cada 100.000 mulheres: 16,5
Câncer de próstata: Taxa de mortalidade a cada 100.000 homens: 15,3
Câncer do colo de útero: Taxa de mortalidade a cada 100.000 mulheres: 6,1
Câncer de traquéia, brônquios e pulmão: Taxa de mortalidade a cada 100.000 habitantes: 13,5