3ª edição do Md&T, Marketing Digital e Tecnologia, da Aconseg-SP

No painel sobre Open Insurance todos foram a favor da iniciativa da Susep. Porém, a forma da participação dos corretores foi bem questionada

Entre os dias 5 e 7 de outubro, a Aconseg-SP realizou a 3a edição do Md&T,  Marketing Digital e Tecnologia. Nos dois primeiros dias, com os temas exatamente do evento, “Marketing Digital” e “Tecnologia”, o diferencial dessa edição foi a participação das assessorias, que apresentaram cases de sucesso, entre eles, a implementação de um CRM com o conceito plataforma all in one, e o uso do Zimbra, um gerenciador de e-mail on-line.

Convidado do painel “Tecnologia”, Gabriel Nery, gerente de Inovação e Canais Digitais da Tokio Marine, mostrou o quanto a companhia está alinhada aos novos tempos. Inclusive, desde janeiro deste ano, por uma decisão do grupo global, ela passou a ser a 7a filial do mundo a ter um Inovation Lab, em São Paulo.

No último dia do encontro, o tema foi “Open Insurance, Inovação no Setor de Seguros”. Em comum, todos os participantes são favoráveis a essa inovação que visa, segundo a Susep, dobrar o tamanho do mercado. Porém, a velocidade como foi feita a regulamentação e os prazos para a implementação de suas fases, foram bem questionados, como também as Sociedades Iniciadoras de Serviço de Seguro (SISS), que limitam muito a participação dos corretores. Pelo cronograma, são quatro de implementação, a primeiras delas é até o dia 15 de dezembro de 2021 e a última termina em 15 de março de 2023.

Os advogados especializados em seguros, Ludmila Báfero e Thales Rodriguez, do escritório Demarest, fizeram as apresentações técnicas da regulamentação. Ludmila falou sobre os principais objetivos da regulamentação com a criação de um ecossistema de open insurance, entre eles, novos produtos, uma melhor precificação e o aumento da concorrência. Porém, ele só funcionará se o cliente permitir que seus dados sejam compartilhados.

“A própria norma coloca o cliente como o principal beneficiário, isso porque nesse ecossistema de open insurance ele poderá escolher qual dado poderá ser compartilhado (pessoal ou de consumo de produtos). Compartilhado, isso vai gerar uma precificação mais exata do risco, fazendo com que a gente consiga diminuir o valor dos prêmios de seguro”, afirmou.

Sociedades Iniciadoras de Serviço de Seguro (SISS)

No dia 1o de outubro deste ano, a Susep iniciou consulta pública para tratar do credenciamento e funcionamento das Sociedades Iniciadoras de Serviço de Seguro (SISS), o que inclui seguradoras e corretores, que poderão constituir ou se transformar em Sociedades Iniciadoras. A exigência é ter um capital mínimo de R$ 1 milhão e a SISS ser constituída como uma Sociedade Anônima (S.A).

“Isso não é a realidade de todos os corretores e nem serão todos que terão interesse em fazer isso. Acredito que a norma coloca essa possibilidade de que as empresas se transformem ou se unam para fazer uma Sociedade Iniciadoras de Serviço de Seguro, mas não acho que isso é algo que substitui a outra, não é essa a intenção da norma”, avaliou Thales Rodriguez.

Na opinião de José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine, é preciso que haja uma melhor discussão sobre o tema. Ele defendeu a importância do corretor na distribuição de seguros e comparou que esse mercado não é de comodities e nem como a venda de um geladeira, que pode ser comprada em qualquer ponto de venda. Também questionou se as SISS teriam a mesma qualificação dos corretores e, principalmente, na hora de um sinistro.

“Mesmo dentro dessa boa iniciativa da Susep, chamada de open insurance, é ter de fato uma melhor discussão sobre o papel dessas SISS e também adicionar os corretores nesse contexto para que possamos fazer essa indústria securitária mais do que dobrar de tamanho, como é o desejo por traz da cena”.

Com relação à consulta pública, Ferrara sugeriu aos corretores e às suas entidades representativas que olhem o contexto das SISS. “Já que está em consulta pública, ver se efetivamente poderiam sugerir mudanças. Acho que esse é o momento ideal, até para que a classe de corretores olhe o novo modelo de distribuição através da SISS e proponha mudanças para que a categoria possa enquadrar-se nesse novo universo”.

De maneira geral, Ferrara elogiou a iniciativa da Susep com o open insurance. “Sair de 3,5%, que é a nossa participação (no PIB), para 7%, como é nos mercados mais avançados, é música nos nossos ouvidos, mas temos que ouvir todos os players, incluindo os corretores, em como fazer isso chegar lá. A intenção da Susep é ótima, não se pode perder o momento do open insurance, a questão é que temos que discutir como chegar lá”.

Representatividade

Em nome do Sincor-SP, o vice-presidente da entidade, Boris Ber, falou das ações envolvendo o setor. “Estamos acompanhando passo a passo o que está acontecendo e estamos debruçados em todas as circulares. Nós temos trabalhado junto à Fenacor e à Câmara dos Deputados, temos todo um trabalho que está sendo feito da forma que tem que ser feito”.

Ele lamentou que coisas importantes tenham sido deixadas de lado. “A minha pergunta é: porque essa discussão nesse momento, o que se pretende nesse primeiro momento? Ampliar o mercado e novos entrantes? E todos os nossos outros problemas como as associações de proteção veicular, que correm soltas, os riscos declináveis e o Universal Life que não sai? Cadê os velhos problemas para serem resolvidos que estão guardados? Tem muita coisa que o mercado clama”.

Helio Opipari Junior, presidente da Aconseg-SP, agradeceu a todos os participantes e fez uma análise do painel. “Fica muito clara a complexidade do assunto, a forma como ele está sendo tratado a uma velocidade muito acelerada, comparando com a velocidade que o mercado tem para absorver tudo”. Por outro lado, disse ele: “todo o mercado vê com bons olhos a disrupção, as mudanças que visam um maior crescimento do consumo de seguros no Brasil”.

Nos três dias, o Md&T,  Marketing Digital e Tecnologia, foi conduzido por Leandro Henrique, que é o coordenador do Comitê de Marketing, da Aconseg-SP. No encerramento, ele agradeceu a toda a equipe que fez o evento acontecer da melhor forma e deu uma dica para as assessorias. “De tudo o que vocês pegaram de conteúdo, agora é a hora de juntar as equipes, pensarem e planejarem seus projetos de ação para os próximos meses, levando em consideração todas as ferramentas que desfilaram por aqui ao longo dos dias”.

Veja a 3ª edição do Md&T, Marketing Digital e Tecnologia, da Aconseg-SP no link https://www.youtube.com/watch?v=vXBofwIQl64&t=27s

Conteúdo da edição de julho/agosto/setembro da Revista Aconseg-SP

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