SUSEP anuncia as datas definitivas do Open Insurance Brasil – Saiba quais serão os benefícios para seguradoras e clientes 

Por Capgemini Brasil

Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro, publicou a Resolução CNSP nº 415/2021 e a Circular Susep nº 635/2021 no Diário Oficial da União (DOU), referente às novas datas para implementação do Sistema de Seguros Abertos, também chamado de Open Insurance ou OPIN. Com início previsto para 15 de dezembro de 2021, agora a expectativa é que todas as fases estejam em prática até junho de 2023, o que deixará o cronograma compatível com o prazo máximo previsto no Sistema de Registro de Operações (SRO), visando a sinergia entre os dois projetos.

O Open Insurance, que vem sendo discutido mais fortemente desde a publicação em abril de 2021 das Minutas de Circular da SUSEP, consiste no compartilhamento padronizado de dados dos clientes das empresas do mercado de seguros com as demais organizações cadastradas e reconhecidas pela SUSEP. Dentre os grandes objetivos almejados pelo órgão estão a oferta de melhores serviços para o consumidor final de seguros, o estímulo a uma maior concorrência no setor e a conexão com o Open Banking – movimento semelhante ao OPIN, mas que ocorre dentro da esfera bancária. Com a previsão de, ao término de ambos os projetos, criar o chamado Open Finance.

Com a nova resolução, as três fases de implementação do OPIN ficam agendadas e definidas da seguinte forma:

1.    Open Data – início em 15 de dezembro de 2021 e término previsto para 30 de junho de 2022 – Nesta fase haverá o compartilhamento de dados públicos das seguradoras, como canais de atendimento e produtos disponíveis para seus clientes;

2.    Compartilhamento de Dados Pessoais – início em 1 de setembro de 2022 e término previsto para 15 de junho de 2023 – Aqui serão incluídos os dados pessoais, como, por exemplo, o histórico de pagamentos, dados da apólice e sinistros, uso do seguro/telemetria e dados cadastrais referentes a seguros, previdência e capitalização, a partir do consentimento do cliente;

3.    Serviços de Seguros – início em 1 de dezembro de 2022 e término previsto para 15 de junho de 2023 – Esta será a fase de efetivação dos serviços, com a realização de modificações/endossos, acessos, resgates e avisos de sinistros, com foco na melhoria da experiência dos clientes. Nesta fase, iniciarão as atividades de uma nova entrante do mercado, as Sociedades Iniciadoras de Serviços de Seguros (SISS).

Neste cronograma também estão definidas as datas para o estabelecimento da Governança Provisória e Definitiva do Open Insurance, órgão responsável dentre outras coisas pela definição dos padrões de APIs (Application Programming Interface, ou, em tradução livre, Interfaces de Programação de Aplicação) que serão utilizadas para viabilizar o compartilhamento de dados entre as seguradoras.

Para auxiliar os clientes e o público em geral, a Capgemini preparou um resumo sobre quais serão os principais benefícios do OPIN, veja abaixo!

Consumidor em primeiro lugar

Um dos benefícios que a SUSEP espera com o Open Insurance é o uso inteligente dos dados dos clientes a favor de melhores serviços e preços. Isso porque o compartilhamento dos Dados Pessoais entre as seguradoras permitirá que o cliente consiga condições comerciais similares ou até melhores às suas atuais, a partir do momento em que ele dividirá informações com a nova empresa que a permitirá conhecê-lo tão bem (ou melhor) que a sua seguradora atual.

Além disso, o acesso consentido aos dados permitirá as seguradoras ofertarem produtos mais personalizados e serviços inovadores, limitados unicamente pelas suas próprias capacidades de inovação, de acordo com o que é visto em cases internacionais. Com essas novas possibilidades, as seguradoras também terão a oportunidade de aumentar suas receitas e se diferenciarem no mercado.

E esta afirmação não é apenas retórica, segundo o estudo recente “Data sharing masters: como organizações inteligentes usam ecossistemas de dados para obter uma vantagem competitiva imbatível” (Capgemini Research Institute, 2021), grandes organizações (com faturamento anual acima de US$ 10 bilhões) inseridas em projetos de compartilhamento, troca e colaboração de dados podem obter benefícios financeiros de até 9% em suas receitas anuais, independentemente de seu mercado de atuação.

Finalmente, mas não menos importante, o Open Insurance trará maior competitividade e transparência para o mercado de seguros, algo que tende a ser canalizado e acelerado pelo papel a ser exercido pelas SISSs – assunto este que será aprofundado em breve em outro artigo. 

Open Finance: um ambiente integrado com o mundo bancário

Outro grande benefício do OPIN é a sua futura integração com o Open Banking e que resultará no chamado Open Finance. A SUSEP e o Banco Central (BACEN) andam de mãos dadas para criar o que será o primeiro Open Finance regulado do mundo. 

Neste sentido, a regulamentação do OPIN, inspirada e padronizada com o que tem sido feito no mercado bancário, se torna fundamental para que as empresas desses dois setores possam trabalhar de forma interoperável. O que permitirá que os consumidores tenham acesso a uma vasta gama de serviços hiperpersonalizados, com ênfase na comodidade, agilidade e segurança, bem como gerar oportunidades de aquisição de soluções com preços mais justos e meios de pagamentos que se encaixem à realidade de cada um.

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