É preciso uma maior sinergia entre o sistema público e a saúde suplementar

São necessárias mudanças na legislação e uma regulação eficiente para termos produtos flexíveis e mais adequados ao desenvolvimento do mercado, aponta presidente da CNseg

Faz parte do Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS) ampliar o acesso da população brasileira aos serviços de saúde. Para isso, opções mais simples de cobertura precisam fazer parte do portfólio das empresas atuantes no setor de saúde suplementar.

“Defendemos mais flexibilidade de produtos para poder atender as pessoas, de forma que elas tenham o seguro ou plano de saúde que desejam, e que possam desenvolver um sistema equilibrado”, comentou Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras(CNseg), durante o LC Summit realizado pela Lojacorr, no Centro de Eventos Positivo.

Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg)

No entanto, a flexibilidade à qual ele se refere esbarra em mudanças de legislação e regulação. “É um caminho longo de diversificação de produtos. Se você vai comprar um carro, tem-se o popular básico, o popular intermediário, o carro superluxo, entre outros. Por que na saúde temos apenas um com todos os adicionais?  Temos milhões de pessoas que podemos atender com um plano mais simples e focado no que a pessoa realmente precisa, mas não podemos”.

Para isso, Oliveira diz que é necessária uma maior sinergia entre o sistema público e o sistema suplementar e um trabalho que envolva um trabalho em conjunto dos órgãos reguladores – Susep e ANS – e o governo para ter uma regulação que garanta o bom funcionamento do mercado, mas que não tenha um custo a ser imputado ao consumidor. “Tudo no final do dia vira custo e vai ser pago pelo consumidor. A flexibilização das coberturas é uma opção para que possamos oferecer a proteção aos brasileiros que ganham até dois salários mínimos”.

Cenário alarmante

“O cenário da saúde é preocupante. Temos uma combinação de aumento de despesas, pela evolução normal da tecnologia de saúde, e um envelhecimento da população, que aumenta a demanda sobre o serviço de saúde. Somado a isso temos um conjunto de decisões jurídicas, legislativas e regulatórias que imputam custos para o sistema de saúde sem a devida preocupação com a sustentabilidade do sistema. Além de tudo, há um problema seríssimo de fraude no setor”, comenta Oliveira.

Ele lembra que já há oito trimestres o setor está com déficit operacional.  “Algumas operadoras e seguradoras conseguem equilibrar a conta porque a receita financeira nesse ano passada foi elevada por causa dos juros. Mas esse não é um cenário que queremos pela frente, pois os juros precisam cair”.

Segundo ele, o cenário coloca em risco principalmente as pequenas operadoras. Ele citou que 270 operadoras estão com déficit, de acordo com levantamento da FenaSaúde. “Estamos caminhando para um sistema insustentável na saúde suplementar. O grande prejudicado será a população brasileira e o estado brasileiro que vai ter que absorver esses beneficiários”.

O saúde é um dos ramos a serem trabalhados no eixo temático produtos proposto pelo PDMS, que, de forma geral, tem como propósito aumentar em 20% a população atendida. “Claro que isso levará ao aumento da participação no PIB, mas o nosso propósito é atender a população. O PDMS não é um documento, é um movimento. O momento agora é de desenvolvimento das ações. Estamos trabalhando na adesão de outras entidades do setor, para que todos estejam juntos no desenvolvimento do setor”.

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