Mais do que uma agenda, as práticas de ASG são urgentes

“A agenda do futuro já começou, isso é uma afirmação, mas também uma pergunta. Já perdemos tempo e oportunidades nessa jornada”, disse Caio Magri

No segundo dia da Conseguro 2021, em 28 de setembro, Marcio Coriolano, presidente da Cnseg, abriu o painel “ ASG – A agenda do futuro já começou”. Ele lembrou que o Relatório Nosso Futuro Comum, apresentado em 1987 e conhecido como Relatório Brundtland, propunha o desenvolvimento sustentável e já relatava as graves consequências dos problemas ambientais, não mais restritos à mão de obra e à saúde coletiva, mas em escala global colocava em risco a sustentabilidade de todo o planeta.

“De lá para cá está havendo um considerável avanço das corporações para entenderem o seu papel no contexto ASG no longo prazo. A expertise da tomada de riscos e o seu gerenciamento, e a capacidade extraordinária do

setor de seguros de gerar recursos para investimentos, tornam naturalmente as seguradoras coparticipantes estratégicas para uma agenda de sustentabilidade. Ao longo dos anos, especificamente no setor de seguros, quatro grandes compromissos merecem destaque, pois evidencia o quanto o mercado amadureceu no debate e na consideração dos aspectos ASG”.

Em 2009, a CNseg subscreveu o Protocolo de Intenções, o Protocolo do Seguro Verde com o Ministério do Meio Ambiente e o Sindicato das Seguradoras RJ/ES. Em 2012, a visão dos princípios para seguros sustentáveis, parte da iniciativa financeira das Nações Unidas para o meio ambiente. Em 2019, nas manifestação contra as mudanças climáticas em Paris, diversas empresas de seguros e a CNseg endossaram os compromissos assumidos pelos governos, especificamente para a redução das emissões de carbono. E a quarta, a assinatura da declaração do Rio sobre transparência dos riscos climáticos.

“Essa declaração expressa muito bem a intenção do setor de seguros brasileiro em abrir efetivamente um debate sobre os impactos das mudanças climáticas, os riscos potenciais para a estabilidade dos sistemas financeiro e securitário, e o papel específico dos seguros como um agente que pode promover mudanças”, disse Coriolano.

MUDANÇAS URGENTES

Para Caio Magri, diretor do Instituto Ethos, as mudanças são mais do que urgentes. “Nós precisamos tropicalizar esse processo de ASG para entender os desafios que a realidade brasileira coloca para os compromissos, perspectivas e valores da ASG, nas empresas brasileiras. A agenda do futuro já começou, isso é uma afirmação, mas também uma pergunta. Já perdemos tempo e oportunidades nessa jornada”.

Segundo ele, as crises que estamos vivendo estão sendo combinadas e agravadas com a crise climática, com as desigualdades e com a pobreza. “É uma relação social absolutamente desproporcional do ponto de vista da capacidade que temos de criar condições para que todos possam viver em condições saudáveis, prósperas e com direitos”, defendeu.

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