Avaliação de Tecnologias em Saúde e a implementação de limiar de custo-efetividade são os principais temas do último dia do 27º Congresso Abramge

A jornada do paciente foi assunto do painel que encerrou a edição de 2023

A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) realizou nos dias 21 e 22 de setembro o 27º Congresso Abramge, apresentando debates cruciais sobre o panorama do futuro da saúde e os desafios da incorporação tecnológica para o setor. O evento, que ocorreu em São Paulo, foi encerrado com temas relevantes para o sistema de saúde.

O painel sobre os desafios da incorporação tecnológica em saúde foi moderado pelo Dr. Cassio Ide Alves, superintendente médico da Abramge (Foto: Celina Germeer)

Durante a abertura do evento, Renato Casarotti, presidente da Abramge, participou da palestra “Saúde – O que esperar dos próximos 4 anos” com o Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior, Dr. Luizinho (PP-RJ), líder do partido Progressista na Câmara dos Deputados e ex-secretário de Saúde do estado Rio de Janeiro. “O Dr. Luizinho traz sempre ideias e propostas para construir pontes e derrubar muros para que a população tenha acesso ao sistema nacional de saúde”, comentou Casarotti.

O Dr. Luizinho destacou a urgência de buscarmos soluções tanto para o Sistema Único de Saúde (SUS) quanto para a saúde suplementar. “Precisamos ampliar o atendimento em UBSs e clínicas, implantar hierarquização de procedimentos nos âmbitos público e privado, implementar o prontuário único do cidadão, reduzir a inflação na realização de exames e terapias, além de reverter os prejuízos e evitar a piora da legislação do Marco Regulatório da saúde suplementar”, enfatizou o deputado.

“A sociedade brasileira e o parlamento precisam também compreender o que significa um contrato de um plano de saúde”, complementou o deputado ao comentar que assinar um contrato não significa ter um cheque em branco para fazer qualquer procedimento a qualquer momento.

O primeiro painel da sexta-feira, “Desafios da Incorporação Tecnológica em Saúde”, teve moderação de Cássio Ide Alves, superintendente médico da Abramge, e contou com a participação de Alexandre Fioranelli, diretor da DIPRO (Diretoria de Normas e Habilitação de Produtos da ANS); Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar); e Vanessa Teich, diretora de Economia do Hospital Israelita Albert Einstein.

A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é a maneira mais segura para incorporação de tecnologias, tratamentos, exames, terapias e medicamentos para o sistema nacional de saúde. A ATS é altamente recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e é prática comum em países desenvolvidos, como Inglaterra, Escócia, Austrália, Alemanha, Canadá e Estados Unidos.

De acordo com Alexandre Fioranelli, a ANS tem trabalhado os dados da saúde suplementar com transparência. “Nós queremos ainda mais lapidar esses dados para promover a progressão e o desenvolvimento da saúde suplementar, e ampliar as análises que equalizem os investimentos com oferta de serviços médicos de qualidade e eliminem o máximo de desperdício para gerar resultados clínicos com o paciente sempre no centro das discussões”, enfatizou.

Para Alves, precisamos implantar urgentemente um limiar de custo-efetividade em ATS que equalize a incorporação de novas tecnologias para a saúde suplementar com as mesmas condições do SUS, além de proporcionar mais sustentabilidade para a saúde nacional. “Os recursos sempre vêm dos mesmos lugares, ou seja, das empresas e das pessoas, então precisamos equiparar esses custos”, afirmou o superintendente médico da Abramge.

O segundo painel, “Saúde 360º: Jornada do Paciente”, mostrou como oferecer uma abordagem holística à saúde. Moderado por Maurício Nunes da Silva, diretor da DIDES (Diretoria de Desenvolvimento Setorial da ANS), contou com a participação de Luiz Celso Dias Lopes, presidente do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), Luciana Holtz, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, e Dra. Catherine Moura, CEO da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia).

De acordo com Maurício Nunes, as estratégias que trouxeram a saúde suplementar ao patamar atual precisarão ser revistas. “Vemos que mesmo com o aumento no número de beneficiários, os resultados operacionais têm ficado negativos. O importante é que os representantes do setor estão em constante diálogo, gerando ideias para reorganizar esses processos criando maneiras de proporcionar acesso à saúde”, comentou o diretor da DIDES.

Para Luciana Holtz, precisamos ressignificar a ideia de que o câncer é uma sentença de morte. “Quando o paciente é orientado sobre seu estado clínico de maneira clara e coordenada, ele obtém o protagonismo no seu autocuidado, adere corretamente ao tratamento e aprende a conhecer suas prioridades e limitações”, exemplificou a presidente do Instituto Oncoguia.

O evento foi importante para entender e debater o futuro da saúde e refletir como as inovações tecnológicas moldarão o setor nos próximos anos, e encerrou com homenagens a Carlito Marques, membro da diretoria da Abramge, e Cadri Massuda, ex-presidente do Sinamge.

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