CSP-MG e IESS debatem desafios da saúde suplementar

Em seminário realizado no dia 4 de outubro, o Clube de Seguros de Pessoas de Minas Gerais (CSP-MG) recebeu o superintendente do Instituto de Seguros de Saúde Suplementar (IESS), José Cechin, que falou sobre o cenário, desafios e projetos para o setor. O evento foi realizado no auditório do SindSeg MG/GO/MT/DF, no centro de Belo Horizonte.

Na abertura, o presidente do CSP-MG, João Paulo Moreira de Mello, lembrou que o setor responde por metade de toda produção do mercado de seguros. “Portanto, é fundamental discutir quais as diretrizes que o País terá que adotar para garantir a sustentabilidade do segmento, por isso trouxemos um dos especialistas mais preparados para debater com vocês”, disse Mello, referindo-se ao superintendente do IESS, que já foi Ministro de Estado da Previdência e Assistência Social e diretor executivo da FenaSaúde.

Mello saudou os convidados especialmente a nova presidente do SindSeg MG/GO/MT/DF, Andreia Padovani, primeira mulher a assumir um Sindicato de Seguradoras no País. “É uma honra contar com a presença da Andreia em seu primeiro evento oficial de mercado. Seja muito bem-vinda!”.

José Cechin iniciou a apresentação traçando um amplo cenário do setor. “A sociedade vem de décadas de grandes transformações. Particularmente na saúde suplementar houve um desenvolvimento sem precedentes na história”, afirmou.

O superintendente do IESS citou fatores que impactam a saúde suplementar ao longo dos anos como a redução do número de operadoras, movimentos de verticalização, surgimento de health techs ofertando serviços digitais e o ritmo acelerado das inovações.

A pandemia de Covid-19, segundo Cechin, “deixou marcas profundas” no setor que ainda hoje convive com índices altos de sinistralidade, entre 80 e 90%, queda do ticket médio dos planos e resultados negativos em 2022 e no 1º semestre de 2023.

Segundo o estudioso, outros aspectos que afetam o setor são o envelhecimento da população, as constantes alterações no ROL de procedimentos da ANS, a judicialização, as fraudes que atualmente respondem por 13% das receitas do segmento, além do aumento da inflação médica. “É um cenário crítico, muito difícil. A sustentabilidade do setor depende de uma série de fatores, sobremaneira do crescimento econômico do País”.

“As operadoras têm um papel fundamental na mudança desse cenário ao incentivarem ações de atenção primária e de prevenção à saúde. Um dos caminhos para que possamos avançar passa pela medicina preventiva. É preciso também haver uma mudança de comportamento do usuário para que a utilização do plano seja feita de forma consciente. A sociedade deve ser a construtora da saúde no sentido de adotar hábitos de vida mais saudáveis”, atentou.

Na sequência da apresentação, Cechin foi convidado para compor a mesa de debates junto com o presidente do CSP-MG, João Paulo Mello, a presidente do SindSeg, Andreia Padovani, a superintendente de Saúde e Dental MG da Bradesco Seguros, Betânia Fonseca, e o coordenador de Grandes Contas da Simetria Brasil, Alexandre Franco. A mediação foi realizada pelo diretor do CSP-MG, professor Maurício Tadeu Barros Morais.

João Paulo considerou a importância do investimento tanto do setor privado quanto do Estado em ações periódicas de prevenção com foco na atenção primária para minimizar os impactos sobre a área de saúde, com o que Cechin concorda e diz ser tendência mundial.

Andreia Padovani comentou sobre as fraudes no sistema privado e perguntou como as seguradoras e o mercado podem contribuir ainda mais para combater o problema. O palestrante reiterou a importância que todos os atores desse mercado devem dar ao assunto, considerando que as perdas decorrentes afetam todo o sistema.

Betânia Fonseca explanou sobre o momento desafiador vivido pelas seguradoras que atuam no segmento e lembrou que a sustentabilidade do mercado depende da viabilidade econômica. Cechin destacou que as operadoras buscam alternativas e inovações para perseguir a sustentabilidade.

Alexandre Franco destacou o papel fundamental dos corretores de seguros no atual cenário da saúde suplementar no que que foi apoiado por José Cechin. O presidente do IESS entende que esse profissional tem responsabilidade de levar ao consumidor os produtos adequados e orientá-los sobre a utilização consciente.

Finalizando o evento, o presidente do Clube, João Paulo Mello, agradeceu a participação de todos, considerando “que o evento atendeu às expectativas de ter no CSP-MG um fórum de discussão para busca da sustentabilidade do setor de saúde suplementar”.

Para assistir a gravação do Seminário sobre Saúde Suplementar, basta acessar: https://www.youtube.com/watch?v=KI-w1Elt6-E

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