Esse é o mantra da AXA no Brasil para produtos massificados e de menor complexidade; nos médios e grandes riscos, consultoria cuidadosa e expertise global

Karin Fuchs

Em novembro do ano passado, a AXA no Brasil anunciou a integração das  operações de seguros gerais (AXA Seguros) e grandes riscos (AXA XL Seguros). Quando o processo for concluído, a companhia terá cerca de 450 funcionários. Hoje, são 348 e 13 filiais. Segundo Erika Medici, CEO da AXA no Brasil, os planos de crescimento são bem diversificados.

“Neste momento, por exemplo, estamos trabalhando no closing da operação que anunciamos em novembro passado para a integração da AXA XL, que agregará ao nosso portfólio uma carteira robusta de grandes riscos e um relacionamento consistente com mega brokers”.

Na linha de business as usual, a previsão é de lançamentos de novos produtos, um no primeiro e outro no segundo semestre deste ano. “Continuaremos colocando esforços em digitalizar o workflow dos produtos menos complexos, como fizemos com transportes. Este ano, temos a previsão de inserir o garantia nesse fluxo digital. Também estamos fazendo o mesmo movimento com o vida PME”, acrescentou.

Além do apetite em parcerias, tanto para a distribuição de produtos para pessoas físicas, como garantia estendida, celulares, microsseguros, seja em pontos de venda físicos ou em ecossistemas digitais, em jornadas de compra 100% digitais, como para a distribuição de produtos de P&C, através de instituições financeiras e associações.

AOS PARCEIROS

No Brasil, a companhia tem cerca de 8 mil corretores parceiros e, no ano passado, teve um crescimento de 13% da base em relação ao ano anterior. Para eles, a companhia disponibiliza ferramentas de trabalho como o Portal do Corretor, no qual o parceiro faz as cotações e a gestão da sua carteira com a AXA.

Outra iniciativa é o Clube de Experiências AXA. “Com uma proposta de valor robusta que abraça o nosso corretor, com incentivos comerciais que o valorizem na medida da sua produção e rentabilidade da carteira. Tem muito conteúdo, através das trilhas de treinamento do Corretor Pro e os encontros que batizamos de Café + Conteúdo”.

Nesses encontros, os convidados são de diversas áreas de conhecimento. “Buscamos trazer para o nosso parceiro tendências de mercado, dicas de venda e gestão, entre outros temas, e algo que considero fundamental: as portas da AXA estão sempre abertas para ouvir a demanda dos corretores. Somos uma companhia acessível que tem vocação para cocriação”, destaca.

INOVAÇÃO

Erika comenta que a AXA no Brasil tem um DNA muito empreendedor. “Unimos a solidez global de um dos maiores grupos de seguros do mundo ao dinamismo de uma operação ainda jovem, sem estruturas legadas complexas. Essa condição nos coloca em um lugar muito privilegiado em termos de inovação e criação de novas soluções”, explica.

Com as parcerias que desenvolvem, Erika contou que eles conseguem criar soluções do jeito que faz mais sentido para o parceiro e para o canal. “Seja com a Fetransporte para oferta de seguros transporte ou com a Pernambucanas, com quem criamos em tempo recorde o produto Cuidar Mais, um microsseguro de pessoas com cobertura para Doenças Graves e Serviços de Saúde com telemedicina 24h por dia, sete dias por semana”, exemplifica.

Em transporte, no ano passado, a AXA no Brasil passou a oferecer cotação e contratação on-line dos seguros de transportes RCTR-C (Responsabilidade Civil do Transportador de Carga) e RCF-DC (Responsabilidade Civil Facultativa – Desvio de Carga). “Na ferramenta, o corretor leva aproximadamente cinco minutos para preencher os dados de submissão e a cotação é realizada instantaneamente, enquanto a média de mercado chega a cinco dias. O prazo para emissão é de, no máximo, 48 horas, bem abaixo da média de mercado, que costuma ser de dez a 15 dias”, comparou.

Em números, ela disse que no mês de junho de 2021, após seis meses de funcionamento pleno da plataforma, a companhia registrou 43% de cotações sendo realizadas pela ferramenta on-line. Em setembro, o sistema já absorveu 50% das cotações realizadas e, em outubro, 58% das cotações. “Além de ter batido recorde de prêmios emitidos, a nossa carteira de transportes teve um excelente resultado em 2021”.

Segundo ela, “essa iniciativa, que coloca o workflow de trabalho em uma esteira automatizada foi um golaço e está fazendo a diferença na vida do corretor. Tivemos ótimos feedbacks e a tendência é seguir a mesma linha para outros produtos, como o garantia, por exemplo”.

ESTEIRA DIGITAL

Há alguns anos, desde antes da pandemia, a AXA no Brasil implantou uma esteira Fast Track para sinistros de baixa complexidade, baseado em análise de documentos e modelos de vistoria remota. Nesse modelo, o sinistro é pago em até cinco dias úteis a partir da entrega da documentação.

“Algo que norteia a minha visão do negócio é que a AXA seja reconhecida como uma companhia com a qual é fácil trabalhar – e um dos pilares desse pensamento é justamente a inovação e investimentos em tecnologia própria e também agregação de soluções de parceiros”, afirma.

Além da inovação na carteira de transportes e a prevista para o garantia neste ano, ela acrescentou: “nosso mantra é oferecer produtos massificados e de menor complexidade com esteira digital e atendimento humanizado; e nos médios e grandes riscos, consultoria cuidadosa e expertise global. É assim que pretendemos acelerar o crescimento da companhia”.

Entre os ganhos com o formato digital, a CEO mencionou a entrega, agilidade e autonomia para o corretor e a redução do custo de emissão para a companhia. “E também permite que a gente acesse um maior número de oportunidades e novos negócios, aumentando a escala da nossa operação”.

PARTICIPAÇÃO

Os números de 2021 não estão fechados, mas Erika adiantou que foi um ano positivo para a AXA no Brasil, com resultados entregues e ótimas perspectivas para 2022. Sobre a participação da AXA no Brasil na receita do Grupo, ela disse que ainda é tímida. “Sobretudo se considerarmos o momento cambial do Brasil, o resultado global do Grupo (sediado em Paris) é apurado em euros”.

Do ponto de vista da perspectiva futura, a executiva afirmou que o Brasil é muito relevante. “Ele está entre os seis países prioritários para o crescimento da AXA no mundo. Temos dimensões continentais, uma população grande e subpenetração em seguros. Temos uma avenida de crescimento aqui”.

Ela defendeu que é preciso seguir com a agenda de inovação. “O modelo híbrido de trabalho e a interação digital/remota vieram para ficar e isso não é só para o backoffice, mas para todas as etapas da venda ao sinistro. Precisamos seguir com a agenda de inovação do mercado, com jornadas digitais e novas modelagens de produtos para atender o consumidor i-Food/Netflix”.

E não só para o cliente. “Todos nós queremos uma experiência fluida e fácil, seja para as nossas decisões de compra na vida pessoal ou quando estamos representando uma empresa. Nossa missão como representantes do mercado segurador brasileiro é impulsionar a agenda da inovação com responsabilidade. Digitalizar o que é simples, sem perder o viés consultivo, e o serviço de alto nível”, concluiu.

Conteúdo da edição de janeiro/fevereiro (239) da Revista Cobertura