Open Insurance vai apoiar as tendências no mercado de seguros

Inovação somada ao poder dos dados do Opin vai permitir que o mercado possa se posicionar de forma estratégica e diferenciada

Carol Rodrigues

Lorain Grossi Pazzetto, FCamara

O Open Insurance é um mercado relativamente jovem no Brasil, com baixa expectativa para 2023 em termos de retorno da implementação. “A expectativa de retorno segundo executivos do setor se dará inicialmente em 2024 e 2025, por enquanto ainda mais empresas adotarão o Opin e o mercado continuará a crescer”, diz Lorain Pazzetto, head de Estratégia Digital de Finance da FCamara.

Em termos de tendências no mercado de seguros para os próximos anos, nota-se que as companhias estão buscando novas formas de atuar e investindo em digitalização de serviços, em uma competição com a onda de insurtechs que surgiram no setor, trazendo um movimento interessante para esse mercado. “São exemplos os seguros baseados em uso – trazendo vantagens para quem é mais cuidadoso; análises inteligentes – para oferecer serviços baseado no perfil e comportamento do contratante; novos ramos e produtos englobando serviços reunidos em pacotes para o contratante, tornando a oferta mais atrativa e econômica”, comenta o especialista, ao lembrar a sua entrevista para a Revista Cobertura no final de 2022.

Segundo Pazzetto, toda essa inovação somada ao poder dos dados Open Insurance e Open Finance, permitirá no futuro que o mercado possa se posicionar de forma estratégica e diferenciada. “E com isso trazer aos segurados produtos cada vez mais empacotados de forma personalizada, que podem contribuir para que o setor venda mais, principalmente se a experiência for digital e facilitada suprindo as exigências dos consumidores no ‘novo normal’”.

Inteligência artificial

Fato é que, nesse cenário, o poder da Inteligência Artificial se destaca para, por exemplo, analisar grandes quantidades de dados e tomar decisões sobre a cobertura de seguros e a precificação de riscos. “Identificar padrões nos dados dos segurados que indiquem um maior risco de sinistros e, com base nessas informações, decidir que um determinado segurado apresenta um risco maior e, portanto, pode precisar pagar uma taxa de seguro mais alta”, exemplifica o head da FCamara.

No entanto, ele lembra que as decisões tomadas pela IA podem ser difíceis de explicar e entender. “Isso pode levar a problemas de transparência e equidade, pois os segurados podem não entender por que foram classificados como de alto risco e podem questionar a precisão e justiça da decisão. Além disso, a IA pode ser treinada recebendo dados históricos que contenham preconceitos e discriminações, o que pode levar a resultados enviesados e injustos”.

Ele ainda chama a atenção que, para mitigar esses riscos, é importante às seguradoras garantirem que as decisões tomadas pela IA sejam justas e transparentes. “Isso pode incluir a explicação clara de como as decisões são tomadas, a adoção de políticas de não discriminação e a supervisão humana para garantir que a IA esteja tomando decisões justas e imparciais”.

Contudo, segundo Pazzetto, se por um lado a IA precisa de dados para treinar e aprimorar seus modelos (e  um dos desafios atuais é ter dados suficientes para que ela continue aprendendo), por outro, o Open Insurance e até mesmo o Open Finance podem contribuir com ainda mais informações. “São informações padronizadas e atualizadas, amparando todo o modelo de aprendizado para se basear em comportamentos recentes dos consumidores e associa-los para tomar a melhor decisão, taxas e serviços associados, bem como potencializar suas estratégias de defesa e ataque, fortalecendo o ‘como’ cada companhia trabalha a retenção de clientes frente ao estímulo que o sistema de seguros abertos dará ao consumidor”.

Conteúdo da edição de março (251) da Revista Cobertura

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