Antonio Trindade, presidente da FenSeg, comenta a participação ativa da entidade nas transformações do mercado e a importância da parceria entre seguradoras e corretores no novo momento

Thaís Ruco

A Federação de Seguros Gerais (FenSeg) tem sido protagonista do processo de desenvolvimento do setor: com 13 grupos e mais de 90 ramos, possui uma comissão técnica para cada grupo, cuidando de suas atividades e interesses. Trabalha ainda pelo estímulo à inovação e ao desenvolvimento de novos produtos e serviços, bem como contribui para o avanço dos modelos regulatórios no setor de seguros.

Antonio Trindade, presidente da FenSeg, comenta que a entidade atuou ativamente nas recentes transformações no âmbito regulatório, que, em sua visão, podem levar o mercado de seguros a um novo patamar de evolução. “A Susep tem buscado simplificar as normas que regem o mercado de seguros, retirando amarras que existiam no desenvolvimento, no registro e na oferta de novos produtos. Todas as mudanças foram precedidas de consultas públicas, com a participação ativa da FenSeg”, garante. “A Federação mantém diálogo estreito com o corpo técnico da Susep, sempre muito colaborativo e disposto a encontrar soluções efetivas, e também com os demais participantes do mercado”.

As mudanças atingem os Seguros Massificados, Grandes Riscos e Seguros de Responsabilidade Civil. “O órgão regulador oferece soluções ancoradas nas melhores práticas da supervisão principiológica baseada em risco”, acredita. “O que se observa é o aperfeiçoamento do arcabouço regulatório – e não a simples eliminação de exigências. Em cenário de grandes desafios, como o atual, as iniciativas contribuem para engrandecer o setor de seguros”.

Para o dirigente, os corretores terão papel central na adequação do mercado às normativas da Susep, na medida em que o consumidor vai precisar de uma venda mais consultiva. “Com a liberdade das seguradoras para oferecer combos e seguros customizados, os corretores serão consultores capacitados a analisar a viabilidade dos novos produtos. Diante de um mercado em constante evolução, o conhecimento desses profissionais a respeito das necessidades e demandas dos segurados será de vital importância para a comercialização e a distribuição dos novos produtos de seguros. Então, a relação com as seguradoras deve se estreitar ainda mais para levar uma nova percepção do mercado à ponta final dessa cadeia de negócios”, aponta.

A parceria do corretor com as seguradoras já havia ganhado destaque durante a pandemia. “O período reforçou de modo cristalino a importância do seguro na vida das pessoas, como forma de proteger o que elas têm de mais valioso. Com a crise sanitária e econômica, o risco de perdas ganhou nova dimensão e a necessidade de mitigá-los tornou-se mais urgente”.

Segundo Trindade, a pandemia confirmou a resiliência e a capacidade de superação do setor de seguros, que fechou 2020 com crescimento de 1,3%. Já o segmento de Danos e Responsabilidades avançou 3,5% em relação ao ano anterior, mostrando a clara preocupação do consumidor em preservar o seu patrimônio. Para comparação, o PIB nacional recuou 4,1%.

O desenvolvimento de produtos sob medida também ganhou força para atender às necessidades individuais do consumidor. Sendo o corretor quem conhece as necessidades e demandas dos clientes, ele terá papel de destaque na adequação dos novos produtos a serem ofertados pelas seguradoras.

Conteúdo da edição de abril (230) da Revista Cobertura