Esse é o propósito da Unimed Nacional, segundo o presidente, que defende o desenvolvimento de novas formas para manter a sustentabilidade das operadoras e continuar trabalhando pelo acesso à saúde para as pessoas

Carol Rodrigues

O médico pneumologista Luiz Paulo Tostes Coimbra assumiu a presidência da Unimed Nacional em março de 2021. Já conhecedor do Sistema Unimed, onde atuava desde 2006, ele passou a conduzir a empresa em um dos momentos mais desafiadores da história recente da humanidade em decorrência da pandemia causada pela covid-19, momento em que o sistema de saúde público e privado foram extremamente demandados.

Anteriormente, Coimbra ocupou a presidência da Unimed Volta Redonda, uma das sócias da Unimed Nacional, por mais de 20 anos, e foi lá que obteve um reconhecimento que, segundo ele, resume que está no caminho certo com suas crenças e visão de negócio. Em 2020, ele foi reconhecido como o CEO Mais Incrível, do Prêmio Lugares Incríveis para Trabalhar.

“Uma das grandes felicidades da vida é se dedicar a uma missão, assumir compromissos e depois colher todos os resultados positivos possíveis. Foi o que aconteceu com a minha experiência na Unimed Volta Redonda. Foi lá que comecei minha trajetória cooperativista e como dirigente Unimed. Ser eleito o CEO Mais Incrível, do prêmio Lugares Mais Incríveis para Trabalhar, foi como ‘fechar com chave de ouro’ meu último ciclo como presidente desta cooperativa, concluído neste ano”, comenta.

Com um perfil de liderança alicerçado em três pilares – simplicidade, agilidade e eficiência -, Coimbra reforça a importância da troca de experiência e multiplicação de conhecimentos. “Temos que nos planejar e ter boas ideias, mas o mais importante é agir, colocar tudo em prática. Acredito nas pessoas e no que elas podem e devem fazer. Reforço sempre a importância do autoconhecimento, autoaprendizado e autodesenvolvimento para que possamos nos tornar sempre melhores”, acrescenta.

Sustentabilidade é desafio

A primeira providência da diretoria executiva, que tomou posse em março de 2021, foi a criação do Programa CNU Melhor Amanhã para ajustar processos e atividades da cooperativa.

“Foram 209 ações, com um resultado positivo de R$ 515 milhões. O sucesso do programa resultou, também, na criação do Núcleo de Gestão de Resultados, que agora atua de forma transversal em todas as áreas da cooperativa”.

Para o presidente da Unimed Nacional, o maior desafio à frente da empresa é manter a sustentabilidade diante de um cenário difícil para todo o setor da saúde suplementar. “Enfrentamos atualmente grandes desafios, que encaro como uma oportunidade de nos reinventarmos para sermos ainda melhores e maiores. Nosso objetivo é evoluir nosso negócio. Buscamos inovar, encontrar novas frentes de trabalho, parceiros estratégicos e sermos uma verdadeira plataforma de saúde, oferecendo mais cuidado e acolhimento aos clientes. E como fazemos parte de um sistema cooperativista, temos sempre o objetivo de contribuir com as cooperativas Unimeds para gerar trabalho e renda aos cooperados em todo o País”.

CNU agora é Unimed Nacional

Outra ação adotada pela nova diretoria, em 2022, foi a alteração do nome Central Nacional Unimed para Unimed Nacional que, conforme o presidente, está mais alinhado ao papel no Sistema Unimed.

A cooperativa lançou também a Bem-Estar, uma linha de produtos de entrada, com focos no cuidado com a saúde e na segurança da empresa, visando a atender todos os perfis e as particularidades regionais, com uma linguagem diferente e inovadora. “Já lançamos produtos em São Paulo e Brasília, e temos uma agenda prevista de novos produtos até o fim do ano. Nosso protagonismo e relevância decorrem da força da marca Unimed, de sua capilaridade nacional e do atendimento humanizado prestado a nossos mais de dois milhões de beneficiários”.

Segundo Coimbra, o propósito da Unimed é promover saúde e qualidade de vida nas cidades por meio do cooperativismo médico e do conhecimento em saúde, para que o maior número de pessoas possa viver mais e melhor.

“A Unimed Nacional é responsável pela operação nacional do Sistema Unimed. Por isso, temos o compromisso de garantir a presença da marca nos mercados de saúde suplementar de todo o Brasil, cuidando da saúde das pessoas, das empresas e apoiando as cooperativas do Sistema”, destaca.

O presidente destaca que a cooperativa passa por um momento de muitas transformações, com o objetivo de consolidar ainda mais seu papel como operação nacional do Sistema Unimed. “Temos desafios de curtíssimo prazo, como a sinistralidade, o aumento generalizado de custos na medicina, o enfrentamento à crise econômica brasileira e mundial. E para médio prazo, estamos trabalhando para atuar como uma grande plataforma de saúde e bem-estar, que integrará recursos próprios e parceiros estratégicos”, menciona.

Experiência do cliente e corretor

Nesse contexto, ele defende que a experiência do cliente com seu plano de saúde precisa ser simples, fácil, resolutiva e acolhedora. “Temos trabalhado para que os melhores recursos e serviços estejam à disposição do cliente, com a menor burocracia possível. E que traga resultados claros e gere satisfação. É uma relação de confiança, que envolve a vida das pessoas. Buscamos aperfeiçoar práticas, processos e estrutura, para que a experiência seja melhor do que o cliente esperava”.

Outro pilar importante é o corretor de seguros, que o presidente reconhece como um parceiro fundamental para o sucesso. “Por isso, temos nos aproximado cada vez mais dos corretores, para ouvi-los e entender as dificuldades inerentes à sua atividade. Eles fazem parte da força de vendas da Unimed Nacional e das demais cooperativas da marca, por isso, com o time Comercial, promovemos encontros e alinhamentos para que estejam alinhados às nossas estratégias e nos apoiem constantemente nas vendas”.

Para facilitar o atendimento durante a pandemia, a Central Unimed disponibilizou novos serviços no aplicativo Meu Plano, adotou o teleatendimento e monitora constantemente a ocupação dos hospitais junto às demais cooperativas Unimed. “Tudo que aprendemos neste período foi válido para evoluirmos em nosso negócio”, diz.

Contexto desafiador na saúde suplementar

Coimbra destaca o momento delicado do setor de saúde suplementar, com o aumento expressivo dos custos assistenciais, reajustes nos contratos de pessoa física, definição a respeito do rol taxativo, aprovação da PEC do Piso Salarial da Enfermagem, dentre tantos outros impactos que colocam um alerta para a sustentabilidade das cooperativas.

“Por isso, entendo que é necessário desenvolver novas formas para manter a sustentabilidade das operadoras e continuar trabalhando pelo acesso à saúde para as pessoas. É necessário que governo, judiciário e empresas se reúnam e discutam mais profundamente o setor, com a participação também dos consumidores. Temos que ouvir as necessidades e encontrar pontos de convergência, para que a saúde funcione melhor, com cuidados para todos”, sugere o presidente.

Conteúdo da edição de julho (244) da Revista Cobertura