CEOs do setor de saúde buscam equilíbrio, aponta estudo da PwC

Escalada de preços na saúde para recuperação de margens e estabilidade continua em 2024Disrupção tecnológica e utilização da inteligência artificial, especialmente da IA generativa, são pontos da 27ª CEO Survey 2024  

Bruno Porto, sócio da PwC Brasil e líder para o setor de saúde (Divulgação)

No Brasil, o modelo de operadoras e de prestadores na área de saúde vem sendo muito desafiadoA sustentabilidade e o equilíbrio têm sido buscados incessantemente por todos os todos os elementos do ecossistema, conforme a 27ª CEO Survey 2024 realizada pela PwC, divulgada hoje (08/02) para um seleto grupo de jornalistas.

Segundo o estudo, embora os CEOs estejam mais otimistas em relação ao crescimento econômico global do que no ano passado, uma parcela crescente no Brasil e no mundo tem dúvidas de que suas organizações sobreviverão por mais de dez anos se mantiverem o rumo atual. No setor de saúde, essa é uma preocupação para 42% dos CEOs brasileiros – um percentual praticamente igual ao da média dos líderes de todas as indústrias no país (41%).

Bruno Porto, sócio da PwC Brasil e líder para o setor de saúde, lembra que o setor passou por uma escalada de receita e custo antes da Covid-19, mas vinha com a sinistralidade controlada. “Com a Covid, as receitas ficaram estáveis e a despesa assistencial das operadoras na saúde privada caiu bastante. Foi um momento em que as operadoras tiveram estabilidade de receita, mas na sequência veio o rebote pós-covid e temos visto o que tem acontecido: aumentos de fraude, de reembolso e de cirurgias eletivas. Junte-se a isso as novas terapias e o novos tratamentos”, analisa. O resultado foi a explosão da sinistralidade em 2022 e em 2023, em torno de 86%.

Porto destaca que, ao contrário do que pode se comportar o setor financeiro, o setor de saúde não vai ter uma ‘quebradeira’. “O setor não quebra, mas passa a dar menos acesso para as pessoas e começa a ficar mais lento”.

Para ele, o setor que soma hoje 51 milhões de beneficiários, provavelmente não terá queda no número de vidas, mas passará a ter repactuação, mais pressão regulatória para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) trabalhar com novos modelos e menos acesso.

“No Brasil, a visão do setor de saúde é repassar custos e aumentar as receitas. As operadoras estão com entre 20% e 25% de aumento vindo pela frente. Parte disso vem da necessidade de financiar mais a saúde através de aumento de receita. Haverá escalada de preços para recuperação de margens e mais estabilidade ao negócio. O setor de serviços hospitais e medicina diagnóstica está indo na mesma linha, tentando repassar os aumentos e experimentando novos modelos”, completa o especialista sobre o setor que está em busca de equilíbrio.

Oportunidades e desafios da IA

A disrupção tecnológica e a utilização da inteligência artificial, especialmente da IA generativa no setor de saúde é um dos pontos de atenção da 27ª Global CEO Survey. Isso porque a adoção dessa tecnologia no setor de saúde no Brasil e a adaptação da estratégia tecnológica para lidar com a inovação que ela representa está acima do registrado para o recorte global do setor.

Considerando os próximos 12 meses, as expectativas em relação à IA generativa são bastante positivas. Nos próximos três anos, espera-se que o impacto dessa tecnologia seja ainda maior.

Nos últimos 12 meses, 32% dos CEOs de saúde no Brasil mudaram a estratégia de tecnologia de suas empresas por causa da IA generativa. Um percentual acima da média global do setor, de 25%. Além disso, 29% dos respondentes brasileiros afirmam que a IA generativa já está adotada em toda a empresa, enquanto a média global para o setor é de 26%.

Para os próximos 12 meses, 65% dos respondentes da indústria de saúde no Brasil afirmam que a IA generativa melhorará a qualidade dos produtos e serviços de suas empresas e 52% acreditam que esta tecnologia aumentará a capacidade das empresas em gerar confiança com os stakeholders.

Nos próximos três anos, os desafios são ainda maiores, indicam os líderes do setor de saúde. Para 81% deles, a IA generativa exigirá que a maior parte da sua força de trabalho desenvolva novas habilidades. Além disso, 77% acredita que esta nova tecnologia também aumentará a intensidade competitiva do setor.

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