Microsseguro, risco cibernético e transição ecológica são desafios, conforme o superintendente da Susep

Octaviani também destacou durante a abertura da 6° edição da Insurtech Brasil que o regulador pode ajudar a encontrar caminhos, além de ser um ente fiscalizador

“O Brasil é para ser um país de inovação tecnológica. Está escrito em nossa Constituição. Nós, na Susep, temos que aplicar o ordenamento que ajude a empurrar o Brasil para a maior capacitação de inovação tecnológica”, comentou o novo superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, durante a abertura do Insurtech Brasil, realizado na Amcham (SP) em 6 de junho.

Na visão de Octaviani, é necessário impulsionar a inovação tecnológica em seguros e desenvolver um sistema financeiro vocacionado ao desenvolvimento nacional. Nessa esteira, ele destacou três desafios em que as insurtechs podem contribuir no mercado de seguros. O primeiro deles é a transição ecológica. “As insurtechs têm muito a contribuir. Há neste ecossistema a possibilidade de criar tecnologias de segurança para prevenção dos riscos da transição ecológica. A insurtech pode ser mais do que é, pois pode ser um ecossistema pelo qual o desenvolvimento de produtos para solucionar questões da nossa cadeia”, comentou o superintendente que apontou que a Susep pode ser um fator de propulsão do mercado, e não apenas um ente fiscalizatório.

Outro desafio citado por ele são os riscos cibernéticos. “Isso vai muito além do risco de vazamento de dados e a relação com a privacidade. Com a economia digital, quanto maior o risco, maior a oportunidade. Os riscos cibernéticos estão colados à segurança econômica nacional. A Susep olhará para a busca de soluções securitárias que possam dialogar com a segurança econômica nacional como um todo”.

O terceiro ponto citado por Octaviani é “cuidar de gente”.  “Quando olhamos a quantidade de brasileiros que não têm seguro, estamos diante do maior potencial das grandes economias de transição, que é uma economia de não acesso para uma economia de acesso dos mais variados tipos de ofertas de produtos securitários”.

Nesse aspecto, ele citou a necessidade de uma política de maior acesso ao seguro, ou seja, o microsseguro. “Que não basta ser micro, tem de ser seguro. Nosso desafio é aumentar o acesso de qualidade. Observa-se que, juntamente com os outros desafios, ele é um ativo estratégico. Um país como o nosso, que tem um mercado reprimido prestes a se transformar em consumidor, se conseguirmos resolver isso, instalaremos um ciclo de prosperidade para todos os envolvidos”.

Sobre o sandbox, ele lembrou que é um desafio para o setor privado e para a própria Susep e será reconfigurado.

Nova fase na inovação

Com a mudança no cenário econômico mundial, até 2019 falava-se da onda das startups de forma geral. “Recentemente, o mundo mudou. Os investimentos secaram e começamos a ter um momento importante no ciclo de inovação econômica, de selecionar o que realmente vai funcionar. Normalmente as soluções que resolvem a dor do cliente são as que sobrevivem. Estamos esperançosos para ver como isso vai impactar daqui em diante o setor de tecnologia e de seguros e como continuará se reinventando”, comentou José Prado, fundador da Insurtech Brasil.

Revista Cobertura desde 1991 levando informação aos profissionais do mercado de seguros.

Anuncie

Entre em contato e descubra as opções de anúncios que a Revista Cobertura pode te oferecer.

Eventos

Próximos Eventos

Mais lidas da semana

Mais lidas