Brasesul 2022 aborda riscos, desafios e oportunidades

Maior evento de corretores do sul do País reúne autoridades e profissionais do mercado para falar de inovação e diversificação

Carol Rodrigues*

Consultores de proteção e diversificação de produtos. Essas foram as principais mensagens aos corretores transmitidas durante o Congresso Sul Brasileiro de Corretores de Seguros (Brasesul 2022) realizado pelos Sincors SC, PR e RS, no final de maio em Foz do Iguaçu (PR).

Com o tema “Fidelize, Diversifique e Monetize”, o evento enfatizou a importância do setor de seguros para a sociedade e a essencialidade do corretor de seguros.

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, fez questão de destacar que o mercado de seguros é primordial para que a economia do País se consolide cada vez mais e tenha garantia de crescimento para, automaticamente, aumentar o PIB.  “Como homem público, o meu desejo é que consigamos chegar a um patamar como é o mercado americano, em que tudo passa pelo setor de seguros, desde o pequeno seguro de uma porta até as grandes obras como uma hidrelétrica como Itaipu. Se tivéssemos uma legislação pensando dessa forma como o mercado americano, não seriamos o país das obras inacabadas pelo serviços lamentavelmente de empresas que quebram, projetos malfeitos, que deram errado e que ficam abandonados por décadas”.

José Antonio de Castro | vice-presidente
do Sincor-PR e coordenador do Brasesul

“Precisamos dessa atenção que tem sido dada ao nosso mercado, que é pujante e resiliente. Vamos, cada vez mais, ajudar a economia do nosso estado e a do nosso País”, comentou José Antonio de Castro, vice-presidente do Sincor-PR e coordenador do Brasesul.

Open Insurance

Armando Vergilio, presidente da Fenacor, citou a ilegalidade da criação da Sociedades Iniciadoras de Serviço de Seguro (SISS) no Open Insurance, que é um consenso entre as instituições do mercado. “Faço um apelo para a autarquia tão bem comandada, com uma diretoria altamente capacitada, para que possa rever essa norma. Esse é um pedido da sociedade, dos consumidores, da Fenacor e da CNseg para quem essa excrescência seja revista”.

Novo mundo

Alexandre Camillo | superintendente da Susep

Alexandre Camillo, superintendente da Susep, abordou assuntos como a revisão das normas do resseguro que, segundo ele, pode se traduzir em uma melhor oferta de produtos.

Ele também alertou os profissionais sobre a Medida Provisória 1103, que tem como relator o deputado Lucas Vergilio (SD/GO) e presidente da Escola de Negócios e Seguros (ENS), que trata da securitização e cria a Letra de Risco de Seguro. “A MP traz um mundo novo. É tida como um marco da securitização em que se terá um novo player do mercado com uma nova proposta de garantias de riscos atraindo investidores. Isso pode ampliar muito o leque de seguradoras e de ofertas em riscos mais complexos, catastróficos, pandêmicos. Se a MP avançar e se consolidar, é uma nova página na história do mercado. Nós já estamos trabalhando para isso, porque ela determina que a regulamentação deste processo compete à Susep e à CVM”, ressaltou o superintendente da Susep.

Outro ponto citado por Camillo foi a Sustentabilidade, que ganha cada vez mais relevância em decorrência do aumento da exposição aos riscos. “A matriz de risco mudou totalmente. Os efeitos climáticos já chegam aqui e impactam o seguro rural. A Susep promoveu uma consulta pública sobre Sustentabilidade e está compilando os dados para editar uma norma relativa ao seu impacto no setor na questão de gerenciamento de riscos, que representa um risco mas também uma oportunidade”.

Inovação e diversificação

Durante os painéis do Brasesul, os executivos de seguradoras reforçaram a inovação por parte delas e a diversificação dos corretores. Riscos cibernéticos, Agronegócio, Vida e Saúde foram apontados como nichos com grandes oportunidades.

Para Rivaldo Leite, vice-presidente comercial na Porto, o corretor de seguros precisa se identificar com os produtos antes de iniciar o trabalho com eles. “Procurem diversificar as suas carteiras, mas com produtos que você tenha maior afinidade”, recomendou.

Patricia Chacon, CEO da Liberty Seguros, destacou a importância da personalização na hora da venda de seguros. “O modelo da Netflix começou com uma proposta de aluguel de filmes e, em 2007, começou a apresentar personalização baseado naquilo que os clientes alugavam. O consumidor que compra seguros está assistindo netflix e recebendo boas recomendações, então ele espera o mesmo da categoria.”

Segundo Jorge Nasser, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência, durante a jornada da pandemia, relevância, conveniência e convergência se destacaram. “O cenário em que estamos inseridos mudou. Cada movimento é muito importante e eventos como esse definem o nosso futuro e os nossos desafios. Aqui é um convite para endereçarmos os nossos problemas e as nossas oportunidades”.

Felipe Nascimento, CEO da Mapfre Seguros, lembrou que todo crescimento demanda Inovação. “Fazemos esse movimento de forma pragmática, ou seja, aquilo que pode realmente agregar valor para a nossa carteira, tentamos integrar. Se é para melhor produtividade ou a experiência do cliente, integramos na nossa cadeia”.

Uma característica da SulAmérica é falar de venda e também de pós-venda. “Gostamos de enaltecer o papel do corretor como consultor de proteção. Nós temos uma dedicação muito grande na importância do papel do corretor”, comentou Ricardo Bottas, CEO da SulAmérica. “Estamos todos nós abertos a mudanças? A pandemia nos deu uma rasteira e nos provocou. Não vamos dispensar essa crise. Ela nos mostrou que é possível mudar”, completou.

“O Brasil tem muitos riscos atrelados à segurança. Temos riscos novos, de ser atacado em casa pelo ciberataque. Temos o risco do Pix, da bolsa da mulher, da mochila do homem. São inúmeros novos riscos. É um horizonte que se abre para os corretores de seguros e para nós seguradoras. Temos que pensar juntos e na dor que o cliente está sentindo”, analisou o presidente da HDI Seguros, Eduardo Dal Ri.

“Eu cuido, amparo e protejo”

Armando Vergilio | presidente da Fenacor

Durante o Brasesul, o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, abordou pontos importantes para a categoria. “Hoje, nós corretores de seguros, temos que adotar um novo mantra: eu cuido, amparo e protejo. O corretor de seguros é o melhor e mais eficiente meio de distribuição de seguros no Brasil”, enfatizou Vergilio, ao lembrar que embora o corretor não seja o único canal de distribuição, é disparado o mais qualificado para assessoramento da compra de seguros.

Segundo ele, hoje a classe soma mais de 120 mil corretores e corretoras em todo o Brasil, incluindo as mais de 50 mil empresas corretoras de seguros, que são responsáveis pela geração de mais de 200 mil empregos de forma direta, espalhados em mais de 4 mil municípios do Brasil. “Os corretores de seguros é que dão capilaridade para o mercado de seguros brasileiro. Eles são os responsáveis por quase 90% de todos os contratos feitos anualmente no mercado que cresce ano após enfrentando dificuldades como foi o caso da pandemia.”

“O corretor de seguros é o representante do cliente e da sociedade. Essa é a leitura que tem de ser feita. Quando o corretor de seguros pede uma melhoria, ele não pede para si, mas para o consumidor e a sociedade”, define o superintendente da Susep, Alexandre Camillo.

  • O publisher Paulo Kato viajou a convite da organização do evento.

Conteúdo da edição 243 (junho) da Revista Cobertura

Revista Cobertura desde 1991 levando informação aos profissionais do mercado de seguros.

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